sexta, 17 de outubro de 2025
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CORREDOR FAKE E ÁRVORES DE OURO: ROBINSON DENUNCIA MAQUIAGEM VERDE DE BRUNO “MOTOSSERRA” REIS

João Paulo - 17/10/2025 13:29

“Corredor Verde ou corredor fake?”, provocou o deputado estadual Robinson Almeida (PT) ao denunciar o que chamou de mais um episódio da política de “maquiagem ambiental” da Prefeitura de Salvador. Segundo ele, o contrato que sustenta o programa — renovado há uma década com a empresa ECO Irrigação e Jardim Ltda, responsável pela manutenção das áreas verdes — transformou-se “numa mina de ouro disfarçada de jardim”. “Quinze mil reais por árvore. Cada muda vale quase o salário anual do trabalhador. Que frutos darão essas árvores — pomos de ouro?”, ironizou.

Robinson criticou o marketing verde da gestão Bruno “Motosserra” Reis e destacou que, enquanto a Pituba exibe canteiros de vitrine, o restante da cidade padece com o desmatamento e o concreto. “O que a Prefeitura chama de corredor é, na verdade, um tapume de propaganda que esconde o avanço da especulação imobiliária sobre as últimas áreas de respiro da cidade.”

Para o deputado, o contrato de paisagismo é apenas a face visível de um problema mais profundo. “Há dez anos a mesma empresa fatura milhões em aditivos e renovações automáticas. Nenhum estudo técnico, nenhuma licitação de verdade, nenhum relatório público que explique o milagre dessas árvores de ouro. E o prefeito ainda quer posar de ecologista.”

Ele afirmou que a destruição se alastra em ritmo apocalíptico: empreendimentos sobre as restingas de Itapuã, torres em Stella Maris que sombreiam a praia e espantam as tartarugas, projetos que ameaçam a Lagoa do Abaeté e prédios no Buracão, no Rio Vermelho, que sufocam o horizonte. “Bruno “Motosserra” governa para os incorporadores, não para a cidade. Salvador está sendo repartida, e os ganhadores são sempre os mesmos.”

Robinson cobrou transparência e criticou o abandono das áreas periféricas. “Enquanto a Prefeitura gasta R$ 15 mil por árvore na orla, bairros inteiros continuam sem sombra e sem parque. O verde virou privilégio de condomínio.”

Para ele, a crise ambiental de Salvador reflete também uma falência ética e administrativa. “O Conselho Municipal de Meio Ambiente foi esvaziado, o PDDU moldado ao gosto do mercado e as licenças correm no embalo de quem tem influência. Isso não é gestão: é rendição.”

O deputado defendeu a reativação do Conselho, a auditoria dos contratos de paisagismo e um plano real de reflorestamento com participação popular. “Corredor verde de verdade não se pinta em outdoor. Constrói-se com transparência, justiça climática e coragem para enfrentar os amigos do poder.”

E concluiu: “Se é para falar de meio ambiente, que se derrube primeiro o muro de concreto que separa a Prefeitura da realidade.”

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