quinta, 16 de outubro de 2025
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“COP É O LUGAR PARA RESOLVER FINANCIAMENTO CLIMÁTICO”, DIZ ECONOMISTA

LUIZA SANTOS - 15/10/2025 19:58

O economista José Alexandre Scheinkman, professor da Universidade de Columbia e integrante do conselho consultivo de finanças da presidência brasileira da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), afirma que o multilateralismo é o espaço para solucionar o desafio sobre o fluxo de financiamento climático dos países em desenvolvimento.

“A COP é o caminho. É um ótimo lugar para ter ideias, criar e tentar propor ideias”, afirmou durante uma entrevista coletiva nesta terça-feira (14), durante a Pré-COP, em Brasília.

O especialista acredita que antes de definir valores para o financiamento climático dos países em desenvolvimento é preciso definir etapas anteriores, portanto o valor de US$ 1,3 trilhões que vem sendo discutido nos encontros multilaterais pode não ser um número real.

“Um economista pensa numa meta onde quer chegar. Neste caso é alcançar netzero [neutralidade nas emissões de gases do efeito estufa]. Depois a gente vem com projetos baratos, já que a quantidade de dinheiro é escassa, e depois a gente descobre quanto custa”, diz.

Essa é uma das estratégias sugeridas pelo grupo de economistas que dão suporte à presidência da COP30 sobre o tema. O grupo também sugeriu projetos como o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) (Cinco países aderem a fundo para conservação de florestas tropicais | Agência Brasil) , o Ecoinvest (Brasil quer capital estrangeiro para financiar transformação ecológica | Agência Brasil), a coalizão aberta de países para um mercado de carbono global (Brasil apresenta soluções de financiamento climático em Nova York | Agência Brasil ) e a transferência de subsídios globais do setor de combustíveis fósseis para setores da energia renovável (Subsídio para energia limpa precisa superar o de fósseis, diz Marina | Agência Brasil).

Segundo Scheinkman, a ideia que ainda não foi formalmente adotada pelos países que fazem parte do Acordo de Paris, mas podem contribuir de forma eficaz para a redução das emissões de gases do efeito estufa, desde que haja adesão de países onde essas ferramentas podem gerar efeito.

“O lugar onde a gente corta emissões é completamente irrelevante. O importante é quanto você corta no agregado de emissões. Uma tonelada de gás carbônico equivalente (CO2e) que você corta no Brasil, tem o mesmo impacto de uma tonelada de CO2e na China”, diz.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Fonte: Agência Brasil

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