A situação da Braskem está na ordem do dia com várias alternativas circulando pelo mercado. A alternativa real é a que foi decidida pelos bancos credores com a entrega para ações da petroquímica, que foram dadas em garantia para empréstimos, para um fundo da IG4. Pelo acordo, o fundo da IG4, especializada em reestruturação de empresas, passará a ser acionista majoritário da Braskem e os bancos seguirão com direito ao crédito, não como acionistas, mas sim como cotistas do fundo. O fundo tem desde o fim de agosto exclusividade por parte dos bancos credores para adquirir essa dívida.
O problema é que, segundo o jornal Valor Econômico, o BNDES, que também é credor, tem atrasado a transferência da dívida para o fundo da IG4. Isso estaria acontecendo por conta de um um embate entre o BNDES e a Novonor, relacionado a outros créditos cedidos à empresa. O BNDES ainda não deu seu aval à proposta dos outros bancos e defende que a Petrobras amplie sua participação na petroquímica, assumindo o controle. O que seria uma estatização que, no entanto, a própria Petrobras vem descartando, com sua Presidente afirmando que não tem interesse em tornar-se controladora da Braskem.
Há quem afirme, no entanto, que a proposta da Braskem, através da Novonor, seria uma recuperação extrajudicial, que garantiria a proteção contra execução de dívidas. A dívida da petroquímica soma US$ 8,5 bilhões, excluindo a operação com a Idesa no México.
Mas para isso, a companhia precisa do aval de pelo menos um terço dos credores e do apoio de 50% mais 1 dos credores para homologar o plano. Ao que parece, o BNDES poderia aceitar, mas isso teria de passar pela aprovação do conselho e ter o aval da Petrobras, que possui 47% da petroquímica.
Toda essa ansiedade é porque a Braskem tem que pagar US$ 34 milhões em 15 de outubro referente aos juros do bond com vencimento em 2034. A IG4 está trabalhando em um plano para a reestruturação da empresa em conjunto com a Petrobras e os bancos credores para melhorar a margem financeira e endereçar a questão da alavancagem alta, que passa pela eventual venda de ativos.