segunda, 29 de setembro de 2025
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QUEM SERÁ O CANDIDATO DA DIREITA QUE VAI ENFRENTAR LULA EM 2026?

Redação - 29/09/2025 08:50 - Atualizado 29/09/2025

As eleições presidenciais de 2026 se aproximam, e ainda permanece a dúvida em relação a quem será o candidato da direita que vai enfrentar o Presidente Lula.

O cenário que se desenha é de uma certa desarrumação política no campo da direita.  Enquanto Lula consolida apoios e aparece liderando todas as pesquisas, a direita vive um impasse: sem um nome forte e unificado, corre o risco de repetir erros recentes e assistir a uma reeleição pavimentada do petista.

A direita vinha bem posicionada, mas de repente uma série de questões políticas desarrumou o processo. Essa desarrumação está caracterizada na sinalização do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o nome mais bem posicionado na direita,  de que pretende disputar apenas a reeleição estadual. Seu recuo se explica por vários fatores: a necessidade de se descompatibilizar em um prazo curto, o desgaste de sua imagem após o “tarifaço” e, sobretudo, o cálculo de que vale mais garantir quatro anos a mais em São Paulo do que arriscar-se em uma disputa nacional nebulosa. Tarcísio era o único nome com capacidade real de unificar a direita. Sem ele, abre-se um vácuo difícil de preencher.

Nesse vazio, a família Bolsonaro tenta desesperadamente manter o protagonismo. E os familiares já veem Jair Bolsonaro como carta fora do baralho e querem substituí-lo. Michelle Bolsonaro, por exemplo, desponta cada vez mais. Ela tem popularidade e aparece bem nas pesquisas, mas qualquer análise  vai mostrar que ela carece de experiência e estrutura para enfrentar políticos calejados e uma campanha que utilizará todos os meios para desconstruir candidatos.

Flávio Bolsonaro, por outro lado,  não demonstra força de articulação, nem liderança para unir a direita no país. E, assim, o que mais vem se sobressaindo é  Eduardo Bolsonaro, que já declarou que quer representar a extrema direita, mesmo sabendo que perderia para Lula, mas apenas para se posicionar como o herdeiro do bolsonarismo no país. Eduardo está juridicamente vulnerável e dificilmente terá condições de concorrer, mas tornou-se o nome mais forte da família Bolsonaro. Infelizmente, por assumir a postura de direita radical, ele tornou-se uma pedra no sapato da direita moderada e é o maior empecilho para a união da direita em torno de um nome.

A consequência é a pulverização de candidaturas. Nomes como Ratinho Jr., Romeu Zema e Ronaldo Caiado já são cogitados, mas todos têm limitações: são fortes regionalmente, porém frágeis nacionalmente. Sem Tarcísio, não há quem reúna condições de aglutinar forças diversas num mesmo projeto. Cada governador corre o risco de lançar-se isoladamente, diluindo votos e entregando a Lula a vantagem da unidade.

O impasse também é alimentado pelo próprio Jair Bolsonaro. Inelegível, ele mantém seu nome em evidência para sustentar um discurso de perseguição política, mas essa estratégia trava a direita. Ao não indicar com clareza um sucessor, prolonga a indefinição e dificulta que outro candidato se consolide.

Enquanto isso, Lula aparece cada vez mais confortável. Pesquisas recentes mostram o petista vencendo tanto Michelle Bolsonaro quanto Tarcísio de Freitas em cenários testados, com vantagens que chegam a dois dígitos. Beneficiado pelo cargo, pela máquina do governo e pela desunião adversária, Lula se fortalece como franco favorito.

O que se observa, portanto, é uma oposição sem rumo. A demora em definir um nome competitivo, a dependência da família Bolsonaro e a ausência de Tarcísio como alternativa viável deixam a direita fragilizada. Se nada mudar, o caminho de Lula rumo à reeleição estará cada vez mais pavimentado. (EP- 28/09/2025)

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