Em 26 de setembro, celebra-se o Dia Nacional do Surdo, data que integra o movimento Setembro Azul, símbolo da luta por reconhecimento, acessibilidade e inclusão. O momento é um convite para refletir sobre as barreiras que ainda limitam a comunidade surda no mercado de trabalho e para valorizar iniciativas que promovem mudanças reais. Segundo o IBGE, 10,7 milhões de brasileiros possuem algum grau de deficiência auditiva, mas muitos ainda enfrentam obstáculos para conquistar oportunidades justas de emprego e crescimento profissional.
Embora a legislação brasileira estabeleça a obrigatoriedade de contratação através da Lei de Cotas (Lei nº 8.213) para empresas com mais de 100 funcionários, José Araújo Neto, CEO do ICOM, socialtech brasileira líder em serviços de inclusão e comunicação acessível para a comunidade surda, acredita que isso não é respeitado na prática, e tampouco fiscalizado. Barreiras educacionais, exclusão em decisões importantes e preconceitos estruturais limitam as oportunidades para deficientes auditivos.
Diante desse cenário, o especialista apresenta quatro estratégias fundamentais para empresas que desejam promover uma inclusão genuína e efetiva:
“A inclusão começa quando entendemos que pessoas surdas têm potencial, talentos e habilidades como qualquer outra. O papel da empresa é garantir um ambiente acessível e acolhedor, com canais de comunicação adequados e respeito às particularidades de cada indivíduo. Só assim vamos conseguir transformar a diversidade em parte viva da cultura empresarial”, afirma Araújo Neto.
É fundamental garantir que os processos de recrutamento e seleção sejam inclusivos e proporcionem igualdade de oportunidades. Isso envolve a adaptação de etapas e a oferta de recursos que assegurem a participação plena de pessoas com deficiência auditiva.
“Hoje, os processos de recrutamento e seleção contam com o apoio de tecnologias como inteligência artificial e o envio ágil de dados, o que certamente contribui para a eficiência. No entanto, é fundamental que esses processos também assegurem igualdade de oportunidades. Isso inclui a oferta de recursos de acessibilidade, como a interpretação em Libras, que permite uma comunicação clara e respeitosa entre recrutadores e candidatos surdos. No ICOM, oferecemos esse suporte justamente para facilitar esse diálogo — inclusive em entrevistas por vídeo — conectando a pessoa surda a um intérprete qualificado e garantindo, assim, uma comunicação mais eficaz e inclusiva”, destaca o CEO.
“Mesmo quando inseridas, pessoas com deficiência costumam receber salários mais baixos e têm menos acesso a cargos de liderança ou oportunidades de promoção. Isso é um exemplo claro de que embora a Lei de Cotas seja um avanço, muita coisa precisa evoluir na prática”, opina.
“Sabemos que a tecnologia está aqui para abranger diversas áreas da rotina profissional, desde comunicação até a mobilidade. No ICOM, conectamos surdos e ouvintes por meio de intérpretes em Libras altamente qualificados”, exemplifica o CEO.
Sobre o ICOM
O ICOM é uma socialtech que oferece uma plataforma líder e pioneira de interpretação online em Libras, acessibilizando a comunicação e o atendimento de empresas e governos com seus consumidores, colaboradores e cidadãos surdos.
Premiado pela ONU como solução de Inovação Pública, teve suas raízes na AME – organização da Sociedade Civil, sem fins lucrativos, que desenvolve Tecnologia Assistiva para facilitar a independência das pessoas com deficiência há mais de 30 anos.