Após fortes perdas no pregão de ontem, os papéis da Ambipar (AMBP3) despencaram na quinta-feira (25), após a empresa obter na Justiça uma liminar que concede proteção emergencial contra credores, como meio de evitar um colapso nas finanças da companhia devido a uma operação com “títulos verdes” que teria gerado um passivo de US$ 550 milhões. A notícia, que veio à tona na manhã de quinta e foi confirmada no fim do dia pela Ambipar, expõe uma disputa com o Deutsche Bank, que passou a exigir garantias adicionais para empréstimos acertados pela companhia com o banco. Mas o mercado não perdoou, e fez o papel desabar 24,24%, registrando a segunda maior queda diária desde a abertura de capital, atrás apenas do tombo de 27,70% em 13 de agosto de 2024. A certa altura na sessão, a ação chegou a afundar 60%.
Segundo dados da consultoria Elos Ayta, a reação do mercado fez a empresa perder R$ 4 bilhões em valor de mercado em apenas um dia, uma quantia equivalente ao valor inteiro da Intelbras, hoje avaliada em R$ 4,05 bilhões. Nos dois últimos dias, a Ambipar viu R$ 7,75 bilhões evaporarem de seu valor de mercado, cifra que se aproxima da capitalização atual da Unipar (R$ 7,8 bilhões), de acordo com o estudo da consultoria. Na semana, a perda acumulada chega a R$ 11,16 bilhões, praticamente o tamanho de uma Cyrela (CYRE3), que hoje vale R$ 11,13 bilhões.
O gráfico de valor de mercado da companhia mostra que a derrocada recente coroa um longo processo de desvalorização desde o pico alcançado em 13 de dezembro de 2024, quando a Ambipar atingiu R$ 44,85 bilhões. De lá para cá, a empresa perdeu impressionantes R$ 32,3 bilhões, montante praticamente idêntico ao valor atual da Gerdau (R$ 32,1 bilhões). Segundo a Elos Ayta, a curva descendente, visível no gráfico, evidencia como a empresa saiu de um patamar próximo aos R$ 45 bilhões para se aproximar da casa dos R$ 12 bilhões em menos de um ano.
Ambipar (Foto: Divulgação)
Copyright © 2023 Bahia Economica - Todos os direitos reservados.
