Pesquisadores do Centro de Conservação e Restauração da UFMG (Cecor) e peritos da Polícia Federal concluíram que 186 obras de arte foram danificadas durante os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Todas as peças vandalizadas por manifestantes bolsonaristas eram originais. O valor de mercado dessas obras soma R$ 20 milhões, com prejuízo estimado em R$ 12 milhões decorrente dos danos.
A avaliação considerou, além do valor comercial, critérios como relevância estética, histórica, patrimonial e cultural. Entre as peças periciadas estão um relógio suíço do século 17, avaliado em R$ 215.855,20, com dano de R$ 194.269,68, e o quadro As Mulatas, de Di Cavalcanti, avaliado em R$ 7.235.925,10, com prejuízo de R$ 4.341.561,06.
Segundo o relatório, os números podem ser usados como prova material em processos judiciais contra os envolvidos na depredação. A conclusão da perícia reforça a dimensão do impacto cultural e financeiro provocado pelos ataques.
No 8 de janeiro, milhares de apoiadores de Jair Bolsonaro invadiram e destruíram as sedes dos Três Poderes — Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto — em protesto contra o resultado das eleições de 2022.
A ação, classificada como tentativa de golpe, deixou um rastro de destruição no patrimônio histórico brasileiro e resultou em centenas de prisões, investigações da Polícia Federal e ações no STF.
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