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PESQUISA MOSTRA QUE BUSCA POR NOVO EMPREGO É MARCADA POR ESPERANÇA E FRUSTRAÇÃO

João Paulo - 11/08/2025 08:40

Duas pesquisas (uma quantitativa e outra qualitativa), ambas realizadas em maio e junho de 2025, encomendada pela plataforma Vagas.com à Mira Consultoria, revelaram que a jornada por um novo emprego é marcada por uma mistura de esperança e frustração. Os estudos combinados, com grupos focais, envolveram quase 3 mil pessoas, de diferentes regiões do Brasil e mostraram ainda que a predominância dos canais digitais na busca por vagas é inegável, mas a falta de feedback das empresas e o desalinhamento entre a experiência do candidato e as oportunidades disponíveis emergem como os maiores pontos de insatisfação. A Inteligência Artificial é vista com potencial, mas também com cautela, gerando tanto otimismo quanto dúvidas sobre sua aplicação nos processos seletivos.

O objetivo principal dos levantamentos foi aprofundar a compreensão sobre as estratégias, desafios e percepções dos profissionais na busca por emprego, além de analisar o papel crescente da tecnologia, incluindo a Inteligência Artificial, nesse cenário. “A realização dessas duas pesquisas nos permitiu ter uma visão 360o sobre a realidade da busca por emprego no Brasil em 2025. A abordagem qualitativa trouxe as nuances emocionais e as dores específicas dos candidatos, enquanto a quantitativa validou e dimensionou essas percepções em larga escala”, afirma Samira Bevilaqua, da Mira Consultoria e Pesquisa. Na pesquisa quantitativa, por exemplo, os resultados confirmam a predominância de candidatos desempregados e em busca de recolocação (60%), com 29% já empregados, mas ainda ativos na busca por novas oportunidades. Os dados foram coletados entre 23 de abril e 5 de maio de 2025 e contou com a participação de 2.827 pessoas, convidadas pelas redes sociais do Vagas.com.

Entre os resultados, “sites e plataformas de emprego” são a principal forma de busca para 66% dos respondentes, seguidos pelas “redes sociais” com 23%. Indicações de amigos e familiares e networking somam 7%. Apenas 16% dizem seguir influenciadores do segmento, sendo Mariana Torres e Carolina Martins as mais mencionadas. Com 9 anos de experiência em startups e empresas de tecnologia, a especialista em Diversidade, Inclusão e Comunicação Ariane Santiago de Santana diz que na hora de disputar uma vaga, os profissionais precisam preparar o currículo e candidatar-se às vagas que realmente estão dentro do perfil.“Coloque no objetivo profissional o cargo que deseja, sempre com o mesmo cargo da vaga anunciada. Fazer um resumo profissional que destaque sua experiência profissional relacionada com a vaga em questão”, sugere. Outra dica importante para garantir ser visto pelos recrutadores digitais e humanos é adequação ao que está no “job description”, a descrição da vaga. “Usar as mesmas palavras chaves ou que estejam relacionadas ao cargo e função. Sempre lembrando que não adianta forçar a barra colocando competências que na verdade não possui”, ensina.

Retornos

A principal dificuldade apontada com as plataformas de emprego é a “falta de feedback das empresas” (31%). “Essa é uma dor muito antiga dos profissionais e a Vagas.com possui recursos de automação em sua ferramenta para estimular e apoiar os recrutadores a darem feedbacks para quem participa de seus processos seletivos. Essa é uma responsabilidade das empresas e não das plataformas, nós oferecemos tecnologia de ponta para que isso aconteça”, complementa Samira.

A percepção sobre o uso de Inteligência Artificial nos processos seletivos é dividida: 32% consideram “Positivo” e outros 32% “Neutro”, indicando desconhecimento ou dúvidas. No entanto, 61% gostariam de ter ajuda da IA para auxiliar no currículo, o que aponta um grande potencial para o desenvolvimento de novas funcionalidades. A plataforma Vagas.com é considerada “Fácil” (40%) ou “Muito fácil e intuitiva” (24%) por uma parcela significativa dos usuários.

A “jornada profissional” foi frequentemente descrita com sentimentos de ansiedade, desafio, exaustão e frustração, especialmente entre iniciantes. Independentemente da região ou perfil, a “frustração com a falta de retorno” das empresas é um ponto comum e doloroso. Profissionais mais experientes (Middle e Liderança) relatam “desalinhamento entre experiência e vaga” e a sensação de desvalorização diante de propostas salariais incompatíveis com suas qualificações.

Na elaboração do currículo, a Inteligência Artificial é vista como uma aliada, seja para auxílio direto ou para otimização com palavras-chave, visando passar pelos filtros automatizados. Já sobre o uso de Inteligência Artificial no recrutamento, há desconfiança de que ela possa impedir o contato humano, mas é aprovada quando combinada com a análise de recrutadores. Ariane lembra que as plataformas utilizam tecnologias como ATS e IA, no caso da Vagas.com, IA onde o recrutador por interferir com novos critérios para encontrar o candidato mais aderente à sua empresa. (Correio)

Crédito: Shutterstock

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