O coco é um dos produtos brasileiros incluídos na nova tarifa de 50% anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A medida preocupa produtores do Nordeste, especialmente da Bahia, que concentra grande parte da produção nacional.
Segundo a TV Bahia, o coco já era taxado em 10% para entrar no mercado americano. Com a nova medida, a carga tributária total sobe para 60%.
Dados da Associação Nacional dos Produtores de Coco (Aprococo) indicam que a Bahia produz cerca de 333 milhões de unidades por ano, com destaque para o Litoral Norte e Sul, cidades como Rodelas, a região do Médio São Francisco (Barra) e o Sudoeste (Brumado e Vitória da Conquista).
A cadeia produtiva do coco envolve cerca de 100 mil trabalhadores e 10.600 propriedades na Bahia. O produto exportado não é o coco verde, mas sim o industrializado, enviado em caixinhas. São extraídos 24 milhões de litros por ano, sendo 96% destinados aos EUA. Com a nova tarifa e possíveis restrições, não há capacidade de absorção desse volume no mercado interno.
Mesmo antes da medida entrar em vigor, o preço da fruta já despencou: de uma média de R$ 3,50 para até R$ 0,30, de acordo com o BA TV.
“Ainda existem muitas incertezas, já estamos em um período de baixa. As propriedades estão apenas se mantendo principalmente porque estamos no inverno brasileiro e quem possui pelo menos um preço razoável nesse ciclo de vendas do mercado interno são as exportações. Então, isso sendo represado agora, vai representar grandes danos porque a gente tem todo um desequilíbrio na cadeia produtiva”, explicou o presidente da Aprococo, Reinaldo Ribeiro.
“O impacto na cadeia pode ser muito severo se não houver realmente uma lista nova com essa isenção ou pelo menos com o imposto mínimo. Nós podemos ter uma perda anual de até 600 milhões de reais”, finalizou.
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