A Associação Fábrica Cultural encerra nesta quinta-feira (31) o contrato de gestão do Programa Artesanato da Bahia, realizado em parceria com a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (SETRE). Após quase seis anos, a entidade deixa como legado ações de qualificação, promoção e comercialização que impactaram diretamente milhares de artesãs e artesãos em todo o estado.
Para marcar o fim do ciclo, dois encontros especiais foram programados. O primeiro acontece nesta terça-feira (29), na Associação de Auxílio Mútuo dos Oleiros de Maragogipinho (AAMOM), em Aratuípe. Já o segundo será realizado na quarta-feira (30), na sede da Fábrica Cultural, em Salvador, com transmissão ao vivo pelo canal do Artesanato da Bahia no YouTube. Os eventos também celebram a conclusão de cursos realizados em julho, com a entrega de certificados a cerca de 100 artesãos e artesãs formados em áreas como marketing digital, fotografia, técnicas de vendas e biojoias.
“Durante essa jornada, a Fábrica Cultural tirou o artesanato das prateleiras e o colocou nas vitrines, ampliando sua visibilidade e valorização. É um momento de alegria, porque cumprimos o que nos propusemos com essa política pública e deixamos um legado sólido”, afirmou Jaqueline Azevedo, diretora da Associação Fábrica Cultural.
A parceria entre a Fábrica Cultural e a SETRE fortaleceu a marca Artesanato da Bahia, que se consolidou como referência nacional em políticas públicas de economia criativa. O programa promoveu 82 ações de formação, que resultaram na emissão de 4.209 certificados em atividades realizadas em 15 municípios. A Escola Virtual do Artesanato da Bahia (EVA), lançada em 2022, contribuiu com 11 cursos online.
Na área de comercialização, o programa organizou 79 feiras em diversas regiões do estado e fora dele, beneficiando diretamente 1.291 artesãos e 146 associações, com mais de 34 mil produtos vendidos e R$ 1,4 milhão em receita. As rodadas de negócios também impulsionaram o setor, resultando em R$ 684 mil em vendas diretas a partir da articulação com lojistas de quatro estados.
As lojas físicas e temporárias do Artesanato da Bahia comercializaram mais de 81 mil itens, gerando uma receita de R$ 4 milhões. Além disso, o programa promoveu 60 eventos voltados à comercialização, com retorno de aproximadamente R$ 250 mil.
Durante a gestão da Fábrica, o setor também passou a ocupar espaços de destaque em eventos como a Mostra Casas Conceito (2023), a CASACOR Bahia (2024) e, neste ano, estreia sua própria loja na CASACOR. A criação do Festival Nacional de Artesanato da Bahia (FENABA) gerou um impacto de R$ 2 milhões em 2024. Já o Festival da Cerâmica de Maragogipinho rendeu R$ 1,1 milhão em 2023 e 2024 e impulsionou o reconhecimento do ofício de oleiras e oleiros como Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia.
“Foram anos importantes de estruturação da marca e essa parceria com a Fábrica Cultural foi importante para a gente consolidar a marca Artesanato da Bahia, estreitando diálogos com artesãs e artesãos, com o mercado, com o mundo dos eventos, ampliando os horizontes do artesanato baiano”, destacou Weslen Moreira, coordenador da Casa Artesanato da Bahia.
A comunicação do programa também teve papel relevante: entre 2019 e 2025, foram mais de 3.500 publicações em redes sociais, com alcance de 7,7 milhões de pessoas no Instagram e 4,9 milhões no Facebook. O canal no YouTube somou 737 mil visualizações.
Com o fim do contrato, o Governo do Estado assume, a partir de 1º de agosto, a continuidade das ações de qualificação, promoção e comercialização, que passam a ser executadas por três novas organizações.
“A Fábrica Cultural continua com o artesanato em nosso coração, em nossa missão, nos vínculos construídos. Novos parceiros virão, e seguimos adiante, fortalecendo essa política com responsabilidade e compromisso de transformar vidas”, declarou Jaqueline Azevedo.
A Fábrica também agradeceu ao Governo do Estado, à SETRE e à Coordenação de Fomento ao Artesanato (CFA) pela parceria, destacando o aprendizado e os resultados alcançados com autonomia e foco nas necessidades reais das comunidades artesãs.
Foto: Agência Dudes