“Se o Lula não retaliar os EUA, o choque tarifário do presidente americano terá o efeito de reduzir a inflação no Brasil”. A afirmação é de Samuel Pessôa em sua coluna no jornal Folha de São Paulo, deste domingo. Para ele, o resultado das tarifas de Trump será desinflacionário, pois parte dos produtos que exportamos para os EUA será direcionada ao mercado doméstico, contribuindo, portanto, para reduzir a inflação.
Segundo ele, além disso, as tarifas permitem que Lula proponha políticas de apoio aos setores mais atingidos. Em razão da emergência, as políticas seriam financiadas por meio de crédito extraordinário extrateto.
Ele afirma que, pela natureza das demandas de Trump, fica claro que os temas relevantes não se referem ao comércio internacional. E diz que pode haver retaliações pontuais.
“Ainda deve haver espaços para retaliações pontuais. Por exemplo, é possível que consigamos machucar a Boeing direcionando a nossa demanda por aviões para a Airbus”, diz Pessoa no artigo.
A grande dúvida é qual a reação de Trump a uma retaliação pontual, que não venha acompanhada de nenhum movimento para atender as demandas, diz ele.