quinta, 03 de julho de 2025
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ATAQUE HACKER AFETA ACESSO AO PIX E DESVIA MILHÕES DE REAIS; INVESTIGAÇÕES ESTÃO EM CURSO

Bruna Carvalho - 03/07/2025 08:53

O Banco Central foi informado, na quarta-feira (2), sobre um ataque cibernético aos sistemas da empresa C&M Software, que presta serviços de tecnologia para instituições financeiras sem infraestrutura própria de conectividade ao sistema de pagamentos Pix.

Em nota, o Banco Central confirmou o incidente, mas não detalhou a dimensão do ataque. A autoridade monetária determinou que a empresa bloqueasse o acesso de instituições financeiras à infraestrutura operada por ela, o que resultou na suspensão temporária do Pix para clientes dessas instituições.

Segundo apuração do jornal O Globo, criminosos teriam desviado ao menos R$ 800 milhões de contas de oito instituições. Já o jornal Valor Econômico citou uma fonte que estimou o prejuízo em cerca de R$ 400 milhões. A Polícia Federal abriu uma investigação sobre o caso e segue apurando os desdobramentos.

O diretor comercial da C&M Software, Kamal Zogheib, declarou que a empresa foi alvo de um ataque que envolveu o uso indevido de dados de clientes na tentativa de acessar sistemas e serviços. Ele garantiu que os sistemas críticos de conexão com os bancos não foram comprometidos e que as medidas previstas no protocolo de segurança foram aplicadas. A empresa colabora com o Banco Central e com a Polícia Civil de São Paulo nas apurações.

O banco BMP confirmou à agência Reuters que foi uma das seis instituições afetadas pelo ataque, ocorrido na última segunda-feira (30). O banco informou que as contas atingidas estão registradas diretamente no Banco Central e são usadas exclusivamente para liquidação interbancária — ou seja, não envolvem saldos de clientes nem causaram impactos em suas contas. A instituição afirmou ter adotado todas as providências legais e operacionais necessárias, garantindo que possui fundos suficientes “para cobrir integralmente o valor impactado, sem qualquer prejuízo às suas operações ou parceiros comerciais”.

Uma autoridade com conhecimento das investigações, ouvida sob anonimato pela Reuters, revelou que a C&M atende cerca de duas dezenas de instituições financeiras de menor porte. Ainda segundo essa fonte, os valores desviados não chegam à casa dos bilhões e não houve prejuízo direto aos clientes.

O Banco Paulista também confirmou ter sido alvo do golpe. Em comunicado, informou que o ataque causou uma interrupção temporária no serviço de Pix, mas destacou que a falha teve origem externa, não comprometeu dados sensíveis e não resultou em movimentações indevidas.

Foto: Agência Brasil

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