Em razão do grande interesse do público e da importância cultural da temática, a exposição Ecos Malês, prevista para encerrar no mês de junho, estende sua temporada na Casa das Histórias de Salvador até o dia 31 de agosto de 2025. Desde a inauguração, em novembro de 2024, a mostra já recebeu mais 45 mil visitas e vem proporcionando uma imersão nas raízes e ecos de um dos levantes afro-brasileiros mais emblemáticos do século XIX: a Revolta dos Malês.
Com curadoria de João Victor Guimarães e co-curadoria de Mirella Ferreira, Ecos Malês reúne 114 obras de 48 artistas, em parceria com o coletivo Arquiteturas da Revolta, distribuídas em três núcleos expositivos – Encontrar, Ruas da Revolta e Inventar (Liberdade e Defesa). Cada núcleo aborda diferentes dimensões da insurreição e seu impacto na Salvador contemporânea, por meio de esculturas, pinturas, fotografias, gravuras, colagens e intervenções artísticas.
O núcleo Encontrar destaca a importância da união e da troca entre os Malês, evidenciando experiências de resistência e afeto, com obras que exploram identidade e laços familiares. Já Ruas da Revolta reconstrói os espaços urbanos do levante, trazendo reflexões sobre território, propriedade e transformação social, incluindo recentes atualizações que ampliam o diálogo com o público. Por fim, Inventar explora a espiritualidade, a cultura e a fé como pilares da resistência negra, com obras que reverberam a luta por liberdade e defesa.
Além de sua potência artística, Ecos Malês também estimula o debate público e a valorização da memória histórica, destacando episódios muitas vezes silenciados, como a localização do cemitério de escravizados localizado no bairro de Nazaré – que originou a obra “Cemitério Reaparecido”, de Silvana Olivieri, e a importância das narrativas negras para a construção da identidade nacional.
Ecos Malês conta com assistência de curadoria de Ana Clara Nascimento, Breno Silva e David Sol. Coordenação de produção de Leonardo Góis e a expografia é assinada por Gisele de Paula. A pesquisa histórica foi realizada por Gabriela Leandro Gaia com auxílio de David Sol.
Artistas divididos por núcleo
Encontrar
Caio Rosa, Gil Scott-Heron, Helen Salomão, Jamile Cazumbá, Luan Gramacho, Luciano Carcará, Pierre Verger, Rafael Ramos, Rona, Voltaire Fraga, Wilson Tibério e Yan Nicolas.
Ruas da Revolta
Ação Cemitério Desaparecido, Diego Crux, Jacopo, Malê Debalê, Mayara Ferrão, Pedro Marighella, Rose Afefé e Ventura Profana.
Inventar (Liberdade e Defesa)
Antônio Pulquério, AZA, Bertô, Caio Rosa, Cipriano, Coletivo Arquiteturas da Revolta, Daniel Jorge, Édson da Luz, Gustavo Moreno, Hal Wildson, Ismael David, Jasi Pereira, João Nascimento, Junaica Barbosa, Karamujinho, Kauam Pereira, Lila Deva, Lucas Cordeiro, Simba e Ventura Profana.
Sobre a Casa das Histórias de Salvador
A Casa das Histórias de Salvador (CHS), equipamento cultural da Prefeitura de Salvador, é o primeiro centro de interpretação do patrimônio no Brasil, que, através de reproduções, conteúdos digitais e/ou linguagens interativas e tecnológicas, estimula a reflexão sobre os patrimônios materiais e imateriais da cidade. A CHS é gerida pela Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI), por meio de acordo executivo de cooperação internacional.
SERVIÇO
Prorrogação exposição Ecos Malês até 31 de agosto
Local: Casa das Histórias de Salvador
Visitação: Terça a sábado, das 9h às 17h, domingos e feriados, das 10h às 17h (entrada sempre até às 16h)
Endereço: Rua da Bélgica, 2 – Comércio
Ingresso: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) – Venda na bilheteria da Casa das Histórias de Salvador ou na plataforma Sympla / Acesso gratuito às quartas-feiras
Ingresso único: Os visitantes também poderão visitar a Galeria Mercado (Subsolo do Mercado Modelo) com o mesmo ingresso.
Foto: Janaylsson Dias // Odara Evans