O modelo tradicional de emprego, com carteira assinada, tem perdido espaço entre os brasileiros. A baixa flexibilidade e os salários pouco competitivos fazem com que muitos trabalhadores migrem para atividades autônomas.
Esse movimento reflete uma mudança cultural: hoje, 59% dos brasileiros afirmam preferir empreender a seguir uma carreira formal. A busca por maior autonomia e mais tempo livre vem se tornando prioridade.
O fenômeno também impacta diretamente setores produtivos. Indústrias do estado de São Paulo, por exemplo, relatam crescentes dificuldades para contratar. Um dos motivos é o afastamento dos jovens do mercado: desde 2019, cerca de 2,5 milhões deles deixaram a força de trabalho — embora muitos tenham optado por estudar.
A popularização de aplicativos de transporte, entrega e comércio eletrônico também contribui para essa transformação. Essas plataformas oferecem modelos de trabalho mais flexíveis, que competem diretamente com os empregos tradicionais.