A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que ainda é prematuro avaliar qualquer alteração no preço dos combustíveis em função dos conflitos no Oriente Médio, entre Israel e Irã — uma região estratégica para a produção global de petróleo e gás.
“Esse cenário tem apenas cinco dias. É bem recente. A Petrobras não faz movimentos abruptos. Aumento ou redução nos preços de combustíveis são feitos a partir de movimentos delicados. Só nos movimentamos quando identificamos tendências. Não queremos trazer para o Brasil a instabilidade e a volatilidade do sistema de precificação internacional”, declarou Magda em coletiva nesta quarta-feira (18), no Rio de Janeiro.
Uma das preocupações dos mercados internacionais é o impacto do conflito sobre a navegação no Estreito de Ormuz, via estratégica entre o golfo de Omã e o golfo Pérsico. Por lá passam diariamente 21 milhões de barris de petróleo, o que representa cerca de 21% do consumo global, segundo a Administração de Informação de Energia dos EUA.
O diretor de logística, comercialização e mercados da estatal, Claudio Schlosser, disse que, mesmo diante de um eventual impacto na navegação, não há risco iminente para a Petrobras.
“Historicamente é muito difícil acontecer esse fechamento. Pode ter uma restrição, redução, fluxos menores dos navios. Até porque tem aliados do Irã como Catar e Kuwait, que escoam óleo por ali. Abastecimento da China também passa por aquela região. Para nossas atividades, está mais ligado com a saída do petróleo leve. O último navio saiu da região na sexta-feira e abasteceu a Reduc [refinaria de Duque de Caxias]. Mas existem alternativas logísticas para suprir esse petróleo”, afirmou.
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