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ACELEN RENOVÁVEIS E UNIMONTES DESENVOLVEM PROTOCOLO INOVADOR DE GERMINAÇÃO DA MACAÚBA

João Paulo - 27/05/2025 14:16

A Acelen Renováveis, empresa de energia, anuncia em parceria com a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), a criação de um novo protocolo de germinação da macaúba. A companhia aposta em um ambicioso e inédito projeto focado na produção de combustíveis renováveis – combustível sustentável de aviação (SAF) e diesel renovável (HVO) – a partir dessa planta brasileira ainda não domesticada.

Com investimento inicial de US$ 3 bilhões na primeira planta integrada, a Acelen Renováveis criou um ecossistema robusto e integrado de parceiros dedicados a fomentar conhecimento e inovação, com o foco em desenvolver a cultura da macaúba, desde a germinação até a produção em larga escala. Com isso, a empresa oferece uma solução para a descarbonização do setor aéreo, e atuará como protagonista da transição energética global.

Na Unimontes, o time Agro da Acelen Renováveis se reuniu com pesquisadores da instituição para dar início a mais uma importante etapa do projeto. Tradicionalmente, a germinação da macaúba enfrentava desafios devido à dormência das sementes, exigindo processos como a escarificação para estimular o crescimento. O novo protocolo elimina a necessidade dessa etapa, simplificando o processo e aumentando significativamente a taxa de germinação.

Essa inovação, considerada pelos estudiosos uma verdadeira quebra de paradigma, promete transformar a produção de biocombustíveis sustentáveis no Brasil e é resultado da colaboração entre a equipe de Agro da empresa, o consultor técnico Francisco Peralta e a equipe de pesquisa da Unimontes, liderada pelo professor Leonardo Ribeiro. “Essa abordagem não reduz apenas o tempo e os custos envolvidos, mas também diminui os riscos de contaminação, resultando em mudas mais saudáveis e produtivas. Um avanço significativo na cadeia produtiva”, explica Victor Barra, diretor de Agronegócio da Acelen Renováveis.

Os testes conduzidos pela equipe da Unimontes demonstraram taxas de germinação superiores a 50%, um salto impressionante em comparação aos métodos anteriores. Esse resultado é atribuído à aplicação de técnicas avançadas de manejo e ao profundo conhecimento da fisiologia da planta, áreas em que a Acelen Renováveis e a Unimontes possuem vasta experiência. “Este novo protocolo é um divisor de águas para a produção de macaúba. Ele não apenas otimiza o processo de germinação, mas também estabelece um novo padrão de eficiência e sustentabilidade na produção de biocombustíveis”, afirma Victor.

Com os resultados promissores obtidos em laboratório, o próximo passo será a realização de testes em escala industrial de produção de sementes por meio de ensaios pilotos. Essa fase é essencial para validar a aplicabilidade do protocolo em ambientes de produção real, garantindo sua eficácia e viabilidade em larga escala. O professor Leonardo Ribeiro, da Unimontes, destaca a importância dessa parceria com a Acelen Renováveis. “Tem sido fundamental para o avanço das pesquisas realizadas há 20 anos na universidade, abrindo perspectivas para a aplicação dos conhecimentos gerados na construção de tecnologias que viabilizem a transição energética a partir de espécies nativas”, destaca.

A inovação reforça o compromisso da Acelen Renováveis com a pesquisa aplicada e a sustentabilidade, pilares fundamentais para o desenvolvimento do setor de biocombustíveis. Com investimentos significativos em pesquisa e desenvolvimento, a empresa continua a liderar iniciativas que promovem a transição energética e o crescimento econômico sustentável no Brasil.

O projeto da Macaúba da Acelen Renováveis

A macaúba é uma planta brasileira de alto poder energético, que é de 7 a 10x mais produtiva por hectare plantado em comparação à soja. Da semente ao combustível, a Acelen vai transformar pastagens degradadas em plantações de macaúba para a produção de 1 bilhão de litros de combustíveis por ano em sua primeira planta na Bahia. Vale destacar que os biocombustíveis da Acelen serão totalmente drop in e com potencial de reduzir 80% das emissões de CO2, em comparação aos combustíveis fósseis, isso sem considerar o sequestro de carbono.

Outro ponto importante é o cultivo de macaúba em 180 mil hectares de pastagens degradadas em Minas Gerais e na Bahia, considerando que 20% dessas plantações serão destinadas à parceria com agricultura familiar e pequenos produtores. Além da geração de 85 mil empregos para a implementação de uma nova cadeia produtiva, conforme prevê estudo da FGV, com a injeção de US$ 40 bilhões na economia brasileira. O projeto de macaúba da Acelen vai criar oportunidades econômicas e sociais desde a germinação da semente até a distribuição dos combustíveis, tornando a companhia um vetor de desenvolvimento sustentável.

Sobre o Acelen Agripark

O Acelen Agripark é um centro de inovação tecnológica agroindustrial localizado em Montes Claros, Minas Gerais, criado pela Acelen Renováveis. Unindo pesquisa, inovação e tecnologia, o objetivo é promover o aumento de eficiência da matéria-prima, garantindo a sustentabilidade em todas as etapas da cadeia. O Acelen Agripark terá investimento total de R$ 314 milhões, sendo R$ 258 milhões financiados via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Construído em uma área de 138 hectares, dos quais 59 hectares serão destinados a experimentos (com oito áreas experimentais e uma de controle), o local terá capacidade de germinar 1,7 milhão de sementes por mês e produzir 10,5 milhões de mudas por ano.  Todo esse trabalho será feito a partir do mapeamento de maciços com maior potencial de produção de óleo, que estruturarão o banco de germoplasma, selecionando as melhores plantas para a produção de sementes, clonagem e melhoramento genético.

Além disso, o empreendimento conta com 13 hectares de Reserva Legal, 41 hectares destinados à Área de Preservação Permanente (APP) e restauração ambiental, e outros 5 hectares dedicados ao viveiro para produção de mudas e sementes.

Vale destacar que o Acelen Agripark também desenvolverá outros processos fundamentais para a eficiência e ganho de produtividade, como:  condução de ensaios de germinação; desenvolvimento de protocolo próprio de germinação; germinação de sementes e produção de mudas; processos automatizados/robotizados com foco na redução de perdas e custos; implementação de cultivos experimentais com foco na adaptação da espécie e melhoria da produtividade do óleo; construção da planta piloto com desenvolvimento do processo e domínio da tecnologia para extração de óleo e coprodutos úteis; unidade de extração de sementes, caracterização e ensaios de processamento dos produtos e coprodutos.

“Com um time comprometido, altamente qualificado e com a habilidade de transformar dificuldades em oportunidades, estamos construindo o maior centro de pesquisa, inovação e desenvolvimento do mundo dedicado à cadeia produtiva da macaúba. Seguimos evoluindo e construindo um futuro mais sustentável para todos”, conclui Victor Barra.

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