Um em cada cinco jovens brasileiros, de 18 a 24 anos, usa cigarros eletrônicos, de acordo com dados do Vigitel, vinculado ao Ministério da Saúde. Apesar de proibido no Brasil, o cigarro eletrônico ou vape tem sido consumido, cada vez mais, especialmente por jovens. No Brasil, norma da ANVISA proíbe a fabricação, a importação, a comercialização, a distribuição, o armazenamento, o transporte e a propaganda de todos os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF). No entanto, muitos brasileiros conseguem adquirir o cigarro eletrônico em comércios informais, online ou trazem de viagens ao exterior.
Com formatos e modelos variados e muitas opções de aromas e sabores, o cigarro eletrônico representa um símbolo de status social e um modismo entre jovens nos grandes centros urbanos. “Além de muito viciante e nocivo à saúde, o vape é considerado um caminho rápido para o cigarro tradicional”, afirma a oncologista Clarissa Mathias, Líder do Cancer Center Hospital Santa Izabel Oncoclínicas. “Como o cigarro convencional é mais acessível e barato, muitas pessoas começam com o vape e, com o tempo, migram para o convencional, já que o dispositivo é proibido no país”, revela a médica. “O pior cenário é quando a pessoa passa a usar os dois cigarros – o eletrônico e o tradicional – o que ocorre em vários casos”, pontua Clarissa Mathias.
Com alto poder de causar dependência, a nicotina geralmente é usada em concentrações muito mais elevadas nos vapes. Além disso, os dispositivos contêm várias substâncias nocivas e cancerígenas, aditivos com sabor e combinações desconhecidas. “O vape pode ser tão ou mais nocivo que o cigarro tradicional, pois combina nicotina com outras substâncias tóxicas”, afirma o oncologista Filipe Visani, da Oncoclínicas na Bahia. “Os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF) podem causar danos respiratórios graves, doenças cardiovasculares e, segundo pesquisas, aumentam o risco de desenvolvimento de vários tipos de câncer, como de pulmão e esôfago”, acrescenta Hamanda Nery Lopes, oncologista da Oncoclínicas.
“Não existe nenhum controle sobre a composição do cigarro eletrônico e, geralmente, quem usa desconhece o que está inalando”, ressalta a oncologista Júlia de Castro de Souza, da Oncoclínicas. Inúmeros estudos mostram que os cigarros eletrônicos usam solventes, aditivos tóxicos, metais pesados, substâncias químicas cancerígenas, algumas inclusive desconhecidas, e extremamente nocivas.
“Fumar é um fator de risco evitável. Evitar o primeiro cigarro é sempre o melhor caminho”, destaca a oncologista Isadora Badaró Cedraz, da Oncoclínicas. “Além dos danos à saúde, esses dispositivos causam dependência química”, acrescenta.
Tratamentos contra o câncer de pulmão
O tratamento do câncer de pulmão conta, atualmente, com um arsenal de técnicas e recursos, como a cirurgia minimamente invasiva, tratamento sistêmico (quimioterapia, terapia alvo e imunoterapia) e radioterapia. “Além de terapias avançadas como a imunoterapia, as cirurgias minimamente invasivas para a retirada de tumores requerem cada vez menos tempo de internação e retorno mais rápido do paciente para sua rotina”, esclarece a oncologista Carolina Rocha Silva, da Oncoclínicas.
Segundo a oncologista Larissa Moura, da Oncoclínicas, o tratamento é sempre individualizado e a indicação depende do tipo de tumor, tamanho, localização e estadiamento (grau de disseminação). “Em muitos casos são usadas técnicas combinadas”, afirma. “A combinação de terapia sistêmica e radioterapia pode ser administrada no início do tratamento para reduzir o tumor antes da cirurgia, ou mesmo como tratamento definitivo, quando a remoção cirúrgica está contraindicada”, explica.
Dentre os principais avanços da medicina na luta contra o câncer, a imunoterapia tem revolucionado o tratamento dos tumores de pulmão e proporcionado mais qualidade de vida e maior sobrevida aos pacientes. “A imunoterapia ativa o sistema imunológico através de uma combinação de medicamentos biológicos para lutar contra o tumor”, conclui Clarissa Mathias.
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