Em passagem pelo Catar, durante giro pelo Oriente Médio, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a defender, nesta quinta-feira (15), o desejo de assumir o controle sobre a Faixa de Gaza. Em nota, o Hamas rejeitou novamente a proposta afirmando que o território não está à venda.
“Gaza é parte integrante do território palestino – não é um imóvel à venda no mercado aberto. Permanecemos firmemente comprometidos com nossa terra e nossa causa nacional, e estamos preparados para fazer todos os sacrifícios para preservar nossa pátria e garantir o futuro de nosso povo”, afirmou Basem Naim, membro do Bureau político do Hamas, em Gaza.
Em conversa com empresários do Catar, Trump disse que os EUA tornariam Gaza uma “zona de liberdade”, argumentando que não haveria mais nada a salvar no território após 19 meses de guerra.
“Quero ver (Gaza) uma zona de liberdade. E se for necessário, acho que ficaria orgulhoso se os Estados Unidos a tivessem, a conquistassem e a tornassem uma zona de liberdade. Que coisas boas aconteçam”, disse o presidente norte-americano, segundo informou a Reuters.
A infraestrutura do enclave palestino foi, em boa parte, destruída pelos bombardeios de Israel, que conta com apoio financeiro, logístico e militar dos Estados Unidos. Em fevereiro deste ano, Trump havia afirmado querer transformar Gaza em uma Riviera do Oriente Médio, espécie de litoral turístico, após a emigração em massa de palestinos da região.
A declaração de Trump provocou repúdio das principais lideranças palestinas, árabes, ocidentais e da Organização das Nações Unidas (ONU), que alegaram que medida configuraria uma limpeza étnica.
Diante da nova declaração de Trump, o líder do Hamas, Basem Naim, retrucou que Trump não conseguirá um mundo mais seguro e pacífico, como tem alegado defender, enquanto a “guerra e o genocídio em Gaza persistirem”.
“O presidente Trump possui a influência e a autoridade necessárias para tornar isso [a paz] realidade, caso haja vontade política”, afirmou, acrescentando que “os palestinos, como todos os povos do mundo, têm o direito de viver em liberdade e dignidade dentro de um Estado independente e soberano”.
Foto: White House Archived