Em mais um capítulo da disputa envolvendo o antigo Bompreço, na região do Iguatemi em Salvador, o Tribunal de Justiça da Bahia autorizou a assinatura do contrato de locação entre o Grupo Mateus e os responsáveis pelo imóvel, conforme adiantou o Bahia Econômica.
A nova decisão derruba uma liminar favorável ao Carrefour e representa uma virada no processo de reocupação de um dos pontos mais estratégicos da cidade e abre caminho para que Salvador receba a segunda unidade da maior varejista do Norte e Nordeste.
Em nota, o Grupo Mateus afirma que a instalação depende agora de formalizações contratuais, mas o novo parecer da justiça baiana já renova as esperanças da população de ver um espaço desocupado há anos gerando novamente empregos, atraindo investimentos e movimentando a economia local.
Caso a operação se concretize, a expectativa é de geração de cerca de 800 empregos diretos, além das centenas de vagas indiretas impulsionadas nos setores de manutenção predial, serviços gerais, transporte e logística. A pretensão do Grupo Mateus é transformar o imóvel em uma loja com formato moderno que integra as bandeiras de atacarejo, varejo e eletro da companhia, o que favoreceria o consumidor ao ter mais uma opção de pesquisa e compras.
A chegada de um novo empreendimento também traz reflexos para a arrecadação de impostos municipais como ISS e ICMS, tributos que podem ser revertidos em melhorias do serviço público. Aliás, esse foi um dos fundamentos da decisão do desembargador Raimundo Sérgio Sales Cafezeiro que defendeu que “a prorrogação por tempo indeterminado da desocupação da área, mesmo havendo locatário certo, pode atrair grandes prejuízos econômicos ao condomínio, além de alongar o descumprimento da função social de vasto terreno, impedindo ainda a criação de novos postos de trabalho e o exercício de atividade empresarial e recolhimento de tributos.”
Dependendo dos próximos capítulos dessa história, o imóvel, por anos sem qualquer utilidade socioeconômica, pode voltar a ser fonte de geração de renda e receita para a cidade. Se confirmada a locação do imóvel, Salvador passará a integrar o eixo de expansão de um dos maiores grupos do varejo nacional, com forte presença em estados como Maranhão, Pará, Piauí e Pernambuco.
A decisão da Justiça representa mais do que um desfecho jurídico — ela sinaliza a possibilidade real de devolver vida, propósito e oportunidades a um espaço, até então, abandonado.
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