quarta, 14 de maio de 2025
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ACELERADOR DE TRANSIÇÃO INDUSTRIAL (ITA) SELECIONA SETE NOVOS PROJETOS DE DESCARBONIZAÇÃO PARA APOIAR NO BRASIL

João Paulo - 14/05/2025 12:21 - Atualizado 14/05/2025

Hoje, o Acelerador de Transição Industrial (ITA), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), anuncia a seleção de sete novos projetos destinados a fomentar a indústria limpa. Esta rodada de projetos ganha destaque pelo tamanho da ambição no sentido da descarbonização e das soluções inovadoras no combate às emissões em quatro dos setores prioritários do ITA no Brasil: produtos químicos, aviação, alumínio e cimento. Os projetos selecionados, entre eles da Acelen Renováveis, receberão apoio dedicado e personalizado do ITA para identificar obstáculos e mobilizar a indústria nacional e internacional, energia limpa, demanda e soluções financeiras que os levem à decisão final de investimento.

Coletivamente representando um investimento significativo, superior a 7,5 bilhões de dólares, esta rodada de projetos selecionados tem alto potencial para acelerar soluções em indústria limpa em várias partes do Brasil, fortalecendo a posição do país como líder na transição energética na América Latina e globalmente.

Com projetos de perfil ambicioso que estão liderando o mercado, o ITA tem grande satisfação ao anunciar a seleção de novos projetos em desenvolvimento pelas seguintes empresas e consórcios pelo seu Programa de Apoio a Projetos no Brasil: 1) Solatio, 2) Acelen, 3) Votorantim Cimentos, 4) Mizu Cimentos, 5) o consórcio Eco Fusion, 6) Alcoa e 7) Companhia Brasileira de Alumínio (CBA). Os últimos cinco desses sete projetos estão sendo anunciados publicamente hoje pela primeira vez.

“Esses projetos brasileiros de indústria limpa representam esforços emblemáticos dentro de seus respectivos setores e têm potencial para mostrar o caminho a uma indústria econômica e mais ambientalmente sustentável em todo o Brasil e além,” diz Faustine Delasalle, Diretora Executiva do ITA. “Estamos comprometidos em apoiá-los, mobilizando a cadeia de valor brasileira doméstica e internacionalmente, bem como órgãos governamentais, e instituições financeiras para torná-los financiáveis e acelerar as decisões de investimento.”

“Os projetos selecionados pelo ITA demonstram a ambição e o progresso da neoindustrialização verde em curso no Brasil”, diz Rodrigo Rollemberg, Secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do MDIC. “Aguardamos com expectativa o aprofundamento ainda maior de nossa valiosa parceria com a ITA para promover e apoiar esses projetos para que se tornem realidade.”

Os sete projetos recém-selecionados abrangem uma diversidade de setores, localidades, tecnologias, tipos de projetos e maturidades, permitindo uma compreensão ampla e profunda dos desafios enfrentados por projetos no Brasil, o que permitirá ao ITA oferecer soluções inovadoras e personalizadas. Dos setores de produtos químicos e de aviação, os projetos representam grandes novas instalações que poderão produzir produtos com emissões significativamente menores em comparação com os equivalentes convencionais.

  • O projeto Solatio H2 Piauí desenvolveu 14 GW de energias renováveis em uma estrutura verticalizada para abastecer uma planta industrial de hidrogênio e amônia verde em desenvolvimento com capacidade total de 3 GW. A capacidade de produção atingirá 2,2 milhões de toneladas por ano (Mtpa) de amônia verde até 2030.
  • A Acelen Renováveis está desenvolvendo um projeto inovador para produzir combustíveis renováveis avançados a partir do óleo de macaúba – uma planta nativa do Brasil. A empresa desenvolverá um negócio integrado, da semente ao combustível, compreendendo um Centro de P&D e Germinação – Agripark com capacidade para produzir 10,5 milhões de mudas por ano, uma plantação de macaúba de 180 mil hectares, 5 usinas de moagem para extrair o óleo e coprodutos da macaúba, e 1 biorrefinaria para processar o óleo de macaúba em combustível. O projeto visa produzir 1 bilhão de litros de combustíveis renováveis por ano, incluindo combustível de aviação sustentável (SAF) e diesel renovável (HVO).

No setor de cimento, os três projetos selecionados estão implementando medidas consideradas cruciais para levar as instalações existentes a neutralidade climática. A descarbonização do cimento só pode ser alcançada através de uma combinação de medidas, incluindo substituição de clínquer, troca de combustível e captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS). Estes projetos visam aplicar pelo menos uma dessas medidas em escala em instalações existentes.

  • A Votorantim Cimentos planeja reativar uma linha de argila calcinada de 0,32 Mtpa em sua fábrica de cimento em Nobres, localizada no estado de Mato Grosso, o que permitiria ao local aumentar o uso de argila calcinada como substituto do clínquer de alta intensidade de emissões e reduzir as emissões do cimento final produzido em até 16%.
  • A Mizu Cimentos busca instalar unidades de pirólise em sua unidade de 1 Mtpa em Aracajú para produzir energia a partir de biomassa residual para substituir o uso de combustíveis fósseis no local. Quando totalmente implementado, o projeto poderá reduzir as emissões da produção de cimento em até 32%.
  • O Consórcio Eco Fusion reúne as empresas Argo Tech, Apodi Cimentos, CTEC e Self Energy para instalar gaseificadores na fábrica de cimento da Apodi em Quixeré, produzindo energia a partir de resíduos como substituto do uso de combustíveis fósseis. A primeira fase do projeto visa instalar um gaseificador inicial; as fases subsequentes envolverão a instalação de unidades adicionais, permitindo uma redução de emissões de até 10% por tonelada de cimento.

Do setor de alumínio, os projetos selecionados representam esforços ousados para alcançar uma produção com emissões próximas de zero. Enquanto a intensidade média de emissões do alumínio brasileiro se situa em 4,2 toneladas de CO2 por tonelada, muito inferior à média global de 14,8 toneladas de CO2 por tonelada,  devido ao uso generalizado de hidroeletricidade renovável para a fundição de alumínio, os projetos selecionados estão indo além para reduzir ainda mais as emissões.

  • A Alcoa pretende enfrentar uma das principais fontes remanescentes de emissões na cadeia de valor do alumínio brasileiro atualmente – a geração de calor para o refino de alumina. Seu projeto visa eletrificar as caldeiras da Alumar, em São Luís, o que poderia reduzir as emissões da Refinaria para tão pouco quanto 0,6 toneladas de CO2 por tonelada de alumínio.
  • A CBA está trabalhando para enfrentar a outra principal fonte remanescente de emissões na cadeia de valor do alumínio brasileiro – emissões de processo da fundição de alumínio – através de uma tecnologia pioneira de CCUS. Sua tecnologia está em fase de pesquisa e desenvolvimento e a CBA finalmente visa aplicá-la em escala em sua fundição de 0,43 Mtpa em Alumínio para reduzir as emissões de seu alumínio para menos de 2 toneladas de CO2 por tonelada.

Esses projetos se beneficiarão do programa ITA no Brasil, seguindo um acordo de parceria anunciado em julho de 2024 entre o ITA e o MDIC, que posicionou o Brasil como o primeiro país parceiro do ITA. A segunda parceria do ITA, na região do Oriente Médio e Norte da África (MENA), foi anunciada em novembro de 2024 e atualmente está sendo desenvolvida nos Emirados Árabes Unidos, no Bahrein, e no Egito.

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