O Censo Escolar 2024 revelou que apenas 22,6% dos diretores escolares brasileiros possuem formação continuada de ao menos 80 horas em gestão. Apesar dos avanços na escolaridade formal, a pesquisa revela que o investimento em capacitação continuada segue baixa no país, tanto para diretores quanto para professores.
A ausência de políticas públicas robustas para atualização dos profissionais da educação, somada à defasagem salarial e à sobrecarga de trabalho, são alguns dos fatores que comprometem a qualidade da gestão escolar e, consequentemente, do ensino.
Em meio a esse cenário, escolas particulares têm assumido um papel relevante na promoção de ações formativas. Um exemplo é o Colégio Villa Global Education, que realizou neste último sábado (10), no campus Vila Litoral, mais uma etapa de sua formação continuada reunindo cerca de 250 profissionais, entre professores e estagiários.
Com o tema “Entre o Acontecer e o Acolher”, o encontro propõe reflexões e práticas voltadas ao desenvolvimento das competências socioemocionais dos educadores — em especial a autorregulação emocional, essencial para quem lida diariamente com tensões e mediações em sala de aula.
“Estamos tratando de um conteúdo que a universidade ainda não entrega: como lidar com as próprias emoções para poder cuidar do outro. É preciso reconhecer o que se sente, desenvolver autocontrole e agir com consciência nas situações de conflito. Esse é um desafio diário para quem educa”, afirma Selma Brito, diretora pedagógica do Villa.
A programação inclui oficinas sobre linguagem afetiva, exercícios de reconhecimento emocional e debates sobre relações no ambiente escolar. A ação é promovida com apoio do Villa Happiness Center, núcleo dedicado a iniciativas de bem-estar, saúde mental e felicidade da comunidade escolar.
Mais do que uma resposta legal, como as que serão estabelecidas pela nova Norma Regulamentadora (NR-1), que a partir de 26 de maio passa a exigir das instituições a consideração de riscos psicossociais, a iniciativa reforça o papel das escolas privadas como agentes ativos na transformação da educação brasileira.
Para a diretora pedagógica do Villa Global Education, a formação continuada deve ser estratégica e afetiva. “Não é possível esperar excelência de um profissional que não teve oportunidade de desenvolver suas competências emocionais e culturais. Formação é compromisso, mas também é cuidado. E o Villa acredita nisso profundamente”, finaliza.
Imagens divulgação Villa Global Education