quinta, 08 de maio de 2025
Euro Dólar

JUROS EXCESSIVOS TRAVAM A INDÚSTRIA E COMPROMETEM A ATIVIDADE ECONÔMICA

João Paulo - 08/05/2025 12:18

A Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) manifesta profunda preocupação com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar, mais uma vez, a taxa Selic. O aumento da taxa de juros para 14,75% ao ano é injustificável diante do atual cenário macroeconômico e impõe custos elevados e desnecessários ao setor produtivo e à sociedade brasileira.

A taxa de juros real, superior a 9% ao ano, permanece entre as mais altas do mundo, mesmo com a inflação acumulada em 12 meses em 5,48%, já em trajetória de desaceleração. O aperto monetário prolongado se mostra descolado da realidade fiscal e das expectativas inflacionárias, e contribui para a estagnação dos investimentos, o encarecimento do crédito e o enfraquecimento da atividade econômica — especialmente na indústria, que já enfrenta severas restrições de competitividade.

É incompreensível que, mesmo com o Governo Central encerrando 2024 com déficit primário de apenas 0,09% do PIB — dentro da meta e evidenciando um compromisso fiscal —, o Banco Central siga insistindo em uma postura excessivamente conservadora. A melhoria das contas públicas deveria ser interpretada como um espaço legítimo para flexibilização da política monetária, mas não tem sido assim.

O contraste com as decisões de outros bancos centrais é gritante. O Federal Reserve dos EUA optou por manter juros entre 4,25% e 4,50% ao ano, e o Banco Central Europeu já iniciou cortes, reduzindo sua taxa básica para 2,40%. Em vez de acompanhar o movimento global de estímulo à atividade produtiva, o Brasil persiste em uma estratégia que penaliza o investimento, sufoca a geração de empregos e reduz o poder de compra das famílias.

A FIEB reitera que a elevação dessa taxa de juros é um entrave ao desenvolvimento econômico e exige uma resposta urgente. É imperativo que o Banco Central promova uma inflexão responsável na política monetária, iniciando de forma imediata e gradual a redução da Selic. A coordenação entre política fiscal responsável e juros mais realistas é o caminho necessário para destravar o crescimento, resgatar a confiança do setor produtivo e ampliar as oportunidades de geração de emprego e renda no país.

Imagem de Steve Buissinne por Pixabay

Copyright © 2023 Bahia Economica - Todos os direitos reservados.