Com uma atuação integrada e estratégica de suas secretarias, o Governo do Estado da Bahia promoveu uma edição histórica da Micareta de Feira de Santana em 2025, reafirmando seu compromisso com a cultura, a cidadania e a segurança da população. Realizada entre os dias 1º e 4 de maio, a festa atraiu mais de 915 mil pessoas, um crescimento de 31% em relação ao ano anterior, consolidando-se como um dos maiores eventos populares do estado. O recorde de público foi registrado logo no primeiro dia da folia, com mais de 349 mil pessoas nos circuitos oficiais da festa.
A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) esteve à frente de diversas ações que garantiram pluralidade cultural, inclusão social e o fortalecimento das manifestações populares. Antes mesmo da abertura oficial da festa, a SecultBA realizou a Pré-Micareta nos distritos de São José e Ipuaçu, nos dias 26 e 27 de abril, com três atrações diárias, o que promoveu a circulação da cultura para além dos circuitos principais e movimentou o comércio local.
Durante os quatro dias da Micareta, o Programa Ouro Negro garantiu o desfile de 14 entidades culturais de matriz africana, como blocos afros, afoxés, grupos de samba, reggae e tradição indígena. Também sob responsabilidade da pasta, o Palco Bel da Bonita prestou homenagem ao multiartista feirense, com mais de 30 horas de apresentações musicais de 31 atrações, evidenciando a riqueza e diversidade da produção cultural local. A SecultBA garantiu, ainda, apoio a mais de 170 atrações que se apresentaram na festa.
O secretário estadual de Cultura, Bruno Monteiro, destacou a importância da festa como instrumento de política pública. “A Micareta de Feira de 2025 foi uma celebração à diversidade, ao protagonismo das comunidades negras e à força da cultura popular baiana. O Governo do Estado, por meio da SecultBA, garantiu espaço, visibilidade e apoio direto a artistas e grupos que representam a alma do nosso povo”, afirmou.
A Secult também atuou em conjunto com a Superintendência de Fomento ao Turismo (Sufotur) no apoio a iniciativas como o Bloco Zero Hora, que levou o trio independente da banda Roça Sound ao circuito, fortalecendo a representatividade da cultura regional. O desfile do Bloco da PM – Poli Mania, animado pela banda Parangolé, promoveu a integração entre a Polícia Militar e os foliões, enquanto o Bloco dos Trabalhadores, puxado pelo Araketu, reuniu cerca de 1.500 pessoas em um ambiente de celebração e mobilização social.
O encerramento da festa ficou por conta do tradicional Arrastão da Micareta, comandado pelo cantor feirense Thiago Aquino e pela banda Timbalada, que reuniu uma multidão no circuito Maneca Ferreira.
A movimentação intensa de foliões durante os quatro dias de festa também impactou positivamente a economia local, especialmente o setor de hospedagem. De acordo com dados levantados durante o período da Micareta, a taxa de ocupação hoteleira em Feira de Santana alcançou 77,6%, com diversos estabelecimentos registrando até 90% de ocupação, evidenciando o potencial turístico e econômico do evento para a cidade.
Outras pastas também tiveram papel essencial para o sucesso do evento. Na área da saúde, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) reforçou o atendimento à população com 682 plantões extras e realizou mais de 5 mil testes rápidos para HIV, sífilis e hepatites B e C, por meio da iniciativa Fique Sabendo. Trinta e nove pessoas iniciaram tratamento para sífilis, número 30,4% maior do que em 2024. Foram distribuídos 500 mil preservativos, além do acompanhamento de 35 ocorrências clínicas nas unidades de saúde — número que representa aumento de 150% em relação ao ano anterior. A inspeção em unidades como o HGCA, UPA, HEC e HELR envolveu 3.994 servidores.
Já na área da segurança, os esforços das forças policiais resultaram em uma festa mais tranquila. Pesquisa realizada pela Ouvidoria Geral da Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA) apontou que 92,9% dos entrevistados se sentiram seguros durante o evento. Não houve registro de homicídios, e os principais indicadores de violência apresentaram quedas expressivas: os casos de lesão corporal caíram 57,1% (de 14 para 6), as ocorrências enquadradas na Lei Maria da Penha ou de discriminação diminuíram 83,3%, e os furtos e roubos tiveram redução de 36%. Também foram contabilizados 131 celulares subtraídos (contra 172 em 2024), e houve queda de 63,6% nos casos de vias de fato. Ao todo, 48 pessoas foram conduzidas à delegacia e 1.184 objetos foram retidos,
O comandante de Policiamento da Região Leste (CPR-L), em Feira de Santana, Cel. Michel Muller, avaliou a atuação das forças de segurança durante a Micareta como vitoriosa. “Os números são a prova de que agimos da forma mais correta possível. Foram quase um milhão de pessoas circulando nas ruas. Para nós, este é um número extraordinário. A gente acredita que não são só as atrações que levam as pessoas às ruas: o fator segurança é determinante. Então, a gente se sente parte importante deste resultado”, afirmou.
Durante a Micareta, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-BA) atuou na fiscalização de trios elétricos. Além disso, distribuiu 10 mil materiais informativos e participou da operação Paz no Trânsito, em parceria com a Polícia Militar, com mais de 12 mil abordagens e três mil ocorrências registradas.
Em relação à proteção social e à cidadania, diversas secretarias atuaram de forma coordenada. A Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), por exemplo, distribuiu equipamentos de proteção individual para 200 catadores e catadoras de materiais recicláveis. A Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) garantiu a instalação de pontos de hidratação, com a distribuição de 88 mil copos de água mineral, o equivalente a mais de 21 mil litros.
A Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades), por meio do programa Corra Pro Abraço, realizou 2.098 atendimentos, além de distribuir 4 mil kits de alimentação para catadores, ambulantes e pessoas em situação de vulnerabilidade social, e 19 mil insumos de redução de danos, como kits de higiene, preservativos e lubrificantes.
A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) registrou 80 ocorrências no Plantão Integrado de Direitos Humanos — uma redução de 56,76% em relação a 2024 —, além de identificar aumento de 24,32% nos casos de trabalho infantil. O Procon Bahia também esteve presente com fiscalização em estabelecimentos comerciais, e houve atendimento a 20 imigrantes.
De acordo com a diretora de Acolhimento, Tratamento e Reinserção Social da SJDH, Alessandra Coelho, durante a festa, as ações do programa Corra Pro Abraço ficaram ainda mais robustas, a fim de atender não só as pessoas em situação de vulnerabilidade social presentes no circuito, mas também nas proximidades. “Foram realizados atendimentos em todo o circuito e ao redor dele também. E não foram atendidas somente pessoas em situação de rua, mas também vendedores ambulantes e pessoas que acabam ficando em situação de rua no contexto da Micareta, por virem de outros bairros e cidades próximas”, explicou.
Ações de combate à violência contra a mulher e à discriminação também tiveram espaço durante a Micareta. A Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) realizou ações de conscientização com a tenda “Oxe, Me Respeite”, que distribuiu 31 mil materiais educativos e realizou 4 atendimentos com encaminhamento. A Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) atuou com a campanha “Com Racismo Não Tem Folia”, promovendo orientação e acolhimento a 200 pessoas e distribuição de 12 mil materiais informativos.
A Coordenação de Juventude (Cojufe), por sua vez, atendeu 60 pessoas, distribuiu 70 pulseiras de identificação para crianças e adolescentes e promoveu ações de prevenção de violências e acesso a serviços. Também foram entregues funis femininos, para garantir autonomia e conforto às mulheres.
A festa também teve espaço para a solidariedade. Durante os quatro dias de Micareta, o Programa Bahia Sem Fome recebeu quatro toneladas de alimentos arrecadados pela Polícia Militar da Bahia (PMBA). A entrega oficial desses donativos foi realizada no domingo (4), último dia de festa, ao Movimento de Organização Comunitária (MOC) — organização não governamental com 57 anos de existência, com sede em Feira de Santana. A ONG será responsável por organizar os alimentos em cestas básicas e encaminhá-los às famílias cadastradas no projeto “Comida no Prato”. “Todas essas políticas dizem respeito também à dignidade humana e ao reconhecimento das pessoas como seres humanos e como detentores de direitos”, completou o secretário Bruno Monteiro.
Fotos: Lucas Rosário
