sexta, 25 de abril de 2025
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DÉFICIT ENERGÉTICO DESAFIA EXPANSÃO AGROINDUSTRIAL NO OESTE DA BAHIA; SETOR PROJETA CRESCIMENTO COM REFORÇO NA REDE ELÉTRICA

LUIZA SANTOS - 25/04/2025 19:00 - Atualizado 25/04/2025

Agricultores do Extremo-Oeste da Bahia enfrentam dificuldades no desenvolvimento agropecuário e industrial da região, devido às problemáticas envolvendo o fornecimento de energia. Empresário e produtor rural do grupo Passo Fundo, Odacil Ranzi afirma que a demanda do setor é alta, sobretudo devido às necessidades envolvendo equipamentos de irrigação.

O plano de investimento da Neoenergia Coelba prevê mais de R$ 13 bilhões em obras estruturantes para a Bahia até 2027, contribuindo para o desenvolvimento econômico, social e cultural. Apesar da execução já estar sendo realizada, o produtor rural explicou o porquê do fornecimento de energia atual ainda ser insuficiente.

“Existe uma demanda grande e que não está tendo, nesse momento, a disponibilidade por parte da Coelba. Então a Coelba fez uma programa de investimento na região, anunciou mais de 12 bilhões, existe um cronograma de trabalho que foi apresentado no Bahia Farm Show do ano passado, que está sendo executado ao longo desse período, e já inauguraram três ou quatro subestações, tem outras, mais umas cinco, seis, que tem que construir até 2027, existe um cronograma de prestação de contas a cada três meses na Assembleia Legislativa, existe um acordo com o governo dos deputados. Então, a Coebla está investindo, sim, mas não é ainda os investimentos que precisamos”, disse em entrevista ao Bahia Econômica.

Segundo Odacil, a exploração do Aquífero Urucuia,  localizado na margem esquerda do rio São Francisco, tem grande influência na demanda dos sistemas elétricos.

“O que tem de demanda reprimida no Oeste da Bahia é de uma grandeza imensurável. E como está tendo o advento do investimento muito forte na parte de irrigação, com a exploração, com a ciência ao nosso lado, do Aquífero Urucuia, está exigindo altos investimentos em equipamentos que demandam irrigação. Mas não é demanda pequena, é demanda muito grande. Então tem que ter subestações, que custam R$ 150 milhões, R$ 100 milhões, R$ 80 milhões, e o produtor não tem como bancar isso. E a Coelba exige esse investimento para vir a energia. Mas acredito eu que o bom senso vai estar funcionando e a Coelba está atendendo, na medida do possível, a necessidade do produtor rural do Oeste Baiano”, explicou.

Além disso, o produtor rural citou a produção de algodão, que é dominante na região, mas que poderia ser maior, se o fornecimento de energia acontecesse adequadamente. Em contrapartida, ele admite a iniciativa da Coelba em realizar os investimentos e confia nos avanços nos próximos anos.

“Temos aqui uma produção de algodão de alta qualidade. Não temos ainda uma indústria de algodão, a transformação do algodão em fio, e do fio vem a tecelagem, e da tecelagem vem a industrialização de roupas. Tudo isso, essa cadeia do algodão, ela está reprimida ainda por falta de energia. Energia de qualidade e energia que seja ela segura. Sempre no mesmo patamar do fornecimento. Digamos 220, então é 220 [volts], não é 190, nem 230. Então, nós temos essa insegurança ainda. Mas a Coelba está trabalhando forte, a nova diretoria está toda imbuída de resolver os problemas. Tivemos a visita, o ano passado, cinco vezes, do presidente da Coelba aqui no Oeste da Bahia. então vê que o interesse da Coelba para o Oeste é muito grande, e isso aí realmente está tendo um impacto positivo. A demanda nós temos, falta de energia nós também temos. Então a Coelba está trabalhando muito forte, está honrando o compromisso do cronograma, está pré-estabelecido. E acredito eu que em 2027 nós vamos ter uma energia segura e abundante”, finalizou.

Em nota, a Coelba confirmou que está realizando os investimentos e garantiu a efetivação total do plano no prazo de dois anos. Anteriormente, a empresa realizou a entrega de cinco novas subestações, e fará, ainda esse ano, a entrega de outras duas e ampliação da potência de mais cinco.

Veja nota:

“A Neoenergia Coelba segue investindo de forma contínua para ampliar a confiabilidade do sistema elétrico, aumentar a oferta de energia e atender à crescente demanda da população e dos setores produtivos do oeste da Bahia. No atual plano de investimentos que ja esta sendo realizado, a região receberá dez novas subestações, a ampliação de outras 16, além da construção de 1.610 km de linhas de alta e média tensão, o que representará um aumento de 95% na potência instalada. Já em 2024, foram entregues cinco novas subestações (SE Alto Fêmeas II, Barreiras III, Rio Branco II, Pratudão I e Rio Arrojado), ampliando a potência em 79,3 MVA e beneficiando diretamente mais de 300 mil clientes. Neste ano, mais cinco subestações na região terão a potência ampliada, e duas novas SEs serão entregues: as subestações Garganta e Rio das Éguas III, que estão em fase avançada de construção. Até 2027, a Neoenergia Coelba investirá mais de R$ 13 bilhões em obras estruturantes em toda a Bahia”.

Foto: Mark Stebnicki/Pexels

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