Para obter uma condição de vida saudável é preciso nutrir a saúde física, mental, social, emocional e espiritual. A afirmação é da nutricionista Sheila Mustafá (SP), referência em questões alimentares e estética, que apresentou as últimas pesquisas que vêm abordando o crescimento significativo nos últimos anos do lipedema, doença crônica que se caracteriza pelo acúmulo anormal de gordura em determinadas partes do corpo, como pernas, quadris, coxas e braços, e os novos tratamentos baseados em alimentação saudável. Sua exposição aconteceu na quinta edição da Nutriweek – Semana Nutrimaster de Nutrição e Bem-Estar.
De acordo com ela, a patologia passou a ter um CID próprio somente em 2022, apesar do seu primeiro registro científico ser de 1951. A doença, confundida por muitos, com a celulite e a obesidade, é subdiagnosticada no Brasil e no mundo, e atinge mais mulheres, cerca de 12,3% delas no Brasil. Segundo a especialista, além das causas genéticas, o lipedema tem como os principais gatilhos as fases de mudança hormonal, como a puberdade, o início de uso de métodos contraceptivos, a gestação e a menopausa. “Essa doença causa muitos desconfortos, dores e preconceito e é preciso deixar claro que a obesidade não causa o lipedema e vice-versa, mas ambas podem caminhar juntas, o que dificulta a condição de quem a possui”, explicou.
Infertilidade feminina e alimentação saudável
Na mesma linha de atenção à mulher, a nutricionista Jociane Catafesta (RS), referência na área da saúde feminina e fertilidade; também trouxe no evento dados de pesquisas que demonstram que os casos de infertilidade estão aumentando e que as mulheres estão procurando cada vez mais a reprodução assistida. Ela também pontuou que a obesidade diminui a fertilidade e aumenta o risco de aborto.
Além dos cuidados com a alimentação saudável, a especialista tratou da importância do equilíbrio emocional e a sua relação com o ritmo circadiano, o ciclo de 24 horas que regula os estados físicos e mentais do corpo humano, ou, em outras palavras, o relógio interno que controla o sono, a concentração, o metabolismo e a temperatura corporal. Segundo ela, a higiene do sono é o primeiro fator para ter uma fertilidade melhor e uma estratégia para ajustar este processo é aumentar e suplementar a dosagem de melatonina em mulheres inférteis.
Para isso, ela indicou uma alimentação baseada em triptofanos, aminoácidos encontrados em alimentos como bananas, ovos, leite, chocolate amargo, amêndoas, mel, sementes e grãos; o consumo de boas gorduras como o ômega 3; a administração de vitaminas B, C e D para aumentar a possibilidade de se obter embriões de boa qualidade e uma melhor gestação. De acordo com ela, mulheres que querem engravidar também devem fazer a ingestão de verduras e frutas em tons avermelhados e alaranjados, reduzir o álcool, parar de fumar, suplementar o ácido fólico presente em vários alimentos, como frutas, verduras, cereais, carnes e peixes, e apostar na dieta mediterrânea.
Boas escolhas nutricionais
Para Eliane Aguiar, nutricionista, diretora e fundadora da rede Nutrimaster, que trabalha há 17 anos com alimentos orgânicos, naturais, suplementos nutricionais, além de produtos de limpeza e higiene ecologicamente corretos, o propósito de eventos como a Nutriweek é impactar cada vez mais pessoas e estimular os baianos para os cuidados com a saúde e o bem-estar, comprovando que a alimentação saudável e inclusiva é possível.
(Foto – Carlos Diniz)