Mulheres assistidas e acolhidas no Centro de Atendimento à Mulher Soteropolitana Irmã Dulce (Camsid), na Cidade Baixa, receberam, nesta sexta-feira (14), atendimento clínico, práticas integrativas e complementares, serviços de higiene bucal e encaminhamentos para a laqueadura e demais procedimentos de saúde. Os serviços foram disponibilizados no equipamento por meio de uma parceria entre as secretarias municipais de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ) e da Saúde (SMS), e integra uma série de ações que estão sendo realizadas pela Prefeitura no Mês da Mulher.
Psicóloga e supervisora do Camsid, Camila Paixão destacou que muitas mulheres que estão passando por situação de violência doméstica também acabam passando por situação de vulnerabilidade social. “São mulheres que estão precisando de apoio e que muitas vezes não têm autonomia. Então, elas se sentem mais seguras em vir aqui para dialogar com a equipe de saúde, para ser acolhida e assistida, porque o Camsid tem atendimento psicológico, orientação jurídica e também atendimento com a assistente social. As mulheres aqui se sentem mais seguras e acolhidas”, relatou.
Cerca de 30 assistidas se interessaram muito pelo encaminhamento para a laqueadura, procedimento cirúrgico de esterilização permanente. “É um procedimento de saúde ao qual muitas vezes elas não têm acesso. Então essa facilidade e toda essa rede de apoio é muito importante. Quando fazemos ações como essas, elas despertam nas mulheres também o interesse pelo autocuidado”, pontuou.
“Hoje nós oferecemos práticas integrativas e complementares, além de alguns serviços, como consulta odontológica, toda a parte de educação em saúde, teste rápido, encaminhamento para laqueadura. Então estamos ofertando uma gama de serviços para que essas mulheres possam ter o acesso de forma mais rápida à saúde pública”, contou a farmacêutica do Distrito Sanitário de Itapagipe, Mayara de Queiroz.
Assistida no Camsid há um ano e sete meses, M. L. S., de 50 anos, define o local como um colo. “Eu fui encaminhada para cá pela Defensoria Pública do Estado. Desde que eu vim, no meu primeiro dia, eu fui muito bem recebida, da recepção até o atendimento, tanto psicológico quanto do serviço social e jurídico. Eu me sinto como se estivesse no colo de alguém que me quer muito bem. É um lugar de abrigo, eu já estou fazendo terapia há um ano e meio e posso dizer que é algo muito bom, algo que mudou a minha vida. Eu consegui sair do cenário de violência, mesmo não sabendo que tinha tanta força”, disse.
M. L. S. participou da ação de hoje e agradeceu às equipes pela disponibilização da estrutura e dos serviços. “Eu dou graças a Deus por essa iniciativa da Prefeitura de montar toda essa estrutura para apoiar e acolher mulheres vítimas de violência. Inclusive, eu atualmente tenho vontade de fazer uma graduação em Serviço Social por causa dessa estrutura aqui. O Camsid tem uma turma acolhedora, que engloba desde os meninos da Guarda até o atendimento. Aqui sempre ocorrem eventos, palestras e oficinas e eu participo de tudo, porque é um local onde a gente aprende e passa para o outro. É muito bom saber que aqui a mulher é abraçada, é acolhida, que tem alguém que vai te dar a mão e dizer: ‘você consegue’. Eu faço questão de espalhar sobre a existência do Camsid e dos outros núcleos que têm uma equipe top para que todas saibam”, completou.
O Camsid conta com duas modalidades de acompanhamento: as mulheres assistidas, que vão ao Centro de Acolhimento semanalmente ou quinzenalmente para receber atendimento psicológico ou orientação jurídica e o acolhimento, que ocorre quando a mulher precisa de acolhimento em virtude da situação de violência e de vulnerabilidade em que vive. Atualmente, o local realiza uma média de 18 atendimentos diários e conta com duas mulheres e duas crianças acolhidas.
Foto: Otávio Santos/Secom PMS