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ESTUDO REVELA 18 MESES SEGUIDOS DE QUEBRAS DE RECORDE EM ALTAS TEMPERATURAS E JANEIRO FOI O MÊS MAIS QUENTE DA HISTÓRIA

João Paulo - 06/02/2025 11:00

Segundo medições da agência espacial europeia, Copernicus, o ano de 2025 começou com recorde de calor na média do planeta. O último mês foi o janeiro mais quente já registrado, com temperaturas 1,75°C acima da era pré-industrial (1850-1900), que serve de referência para o acompanhamento do aquecimento global. Janeiro marcou também um período crítico para os polos, com recorde de retração de gelo no Ártico para o mês, empatando com a pior marca até então, de 2018 (cerca de 10,5 milhões de km²). Na Antártida, a extensão do gelo esteve 5% abaixo da média de janeiro, resultado um pouco melhor para o mesmo mês nos últimos dois anos (os mais quentes já registrados), e próximo da média em comparação a outros anos recentes. “Isso contrasta com os valores recordes ou quase recordes observados em 2023–2024”, observam os pesquisadores, em nota.

Janeiro marca uma seqüência de temperaturas quentes e segue mantendo os termômetros no noticiário após 2024 fechar como o primeiro ano com mais de 1,5°C de aquecimento acima do período pré-industrial, um efeito causado principalmente pela queima de combustíveis derivados do petróleo, afirmam cientistas. A média mundial ficou em 1,6°C em 2024, segundo o Copernicus, que utiliza dados registrados por satélites, navios, aeronaves e estações meteorológicas ao redor do globo. O dado acende o alerta estabelecido pelos cientistas do IPCC no Acordo de Paris, que definiu 1,5°C de aquecimento até 2050 como o limite minimamente seguro para a humanidade conviver com eventos extremos do clima causados pelas alterações na atmosfera.

No Brasil, o ano de 2024 entrou para a história como o mais quente registrado desde 1961, início da série do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). A média das temperaturas no ano passado ficou em 25,02°C, sendo 0,79°C acima da média histórica de 1991-2020, que é de 24,23°C. Voltando a janeiro, na comparação com dados da última década, como fez o Inmet, o último dado foi o mais quente já registrado para o mês, ficando 0,79°C acima da média de meses de janeiro no período 1991-2020. Surpreendeu os cientistas europeus o fato de que o fenômeno La Niña em curso, que poderia arrefecer o calor, parece ainda não ter surtido efeito.

“Janeiro de 2025 foi outro mês surpreendente, continuando as temperaturas recordes observadas ao longo dos últimos dois anos, apesar do desenvolvimento das condições de La Niña no Pacífico tropical e seu efeito temporário de resfriamento nas temperaturas globais. O Copernicus continuará monitorando de perto as temperaturas oceânicas e sua influência em nosso clima em evolução ao longo de 2025”, comentou Samantha Burgess, chefe de estratégia para o clima do ECMWF (Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio-Prazo, na sigla em inglês).

O Copernicus divulgou também outros dados que ilustram o período de intenso aquecimento do planeta nos últimos dois anos. Janeiro de 2025 foi o 18º nos últimos dezenove meses para o qual a temperatura média global do ar passou de 1,5°C acima do nível pré-industrial. Além disso, nos últimos 12 meses (fevereiro de 2024 – janeiro de 2025) as temperaturas estiveram 0,73°C acima da média de 1991-2020, e 1,61°C acima da média estimada de 1850-1900, usada para definir o nível pré-industrial.

 

Imagem de Pete Linforth por Pixabay

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