O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia modificações no Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), que contempla os benefícios de vale-alimentação e vale-refeição concedidos aos empregados. Entre as mudanças em análise, está a regulamentação da portabilidade do benefício, permitindo que o trabalhador escolha em qual cartão deseja receber o auxílio.
De acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, essa medida pode estimular a concorrência entre as operadoras, reduzindo as taxas cobradas. No entanto, a proposta gera divergências entre representantes de supermercados e do setor de benefícios.
Enquanto entidades que representam estabelecimentos comerciais apoiam a reformulação, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) sugeriu que o benefício seja depositado diretamente em uma conta da Caixa Econômica Federal. Dessa forma, o trabalhador poderia administrar o saldo sem intermediários, o que, segundo a entidade, poderia resultar em uma economia de R$ 10 bilhões anuais.
Por outro lado, empresas do setor de benefícios afirmam que a portabilidade pode levar operadoras a oferecerem vantagens para atrair usuários, aumentando os custos dos serviços e, consequentemente, os preços nos estabelecimentos comerciais. A Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT) argumenta que a medida não combate diretamente a inflação e pode ter efeitos adversos aos esperados pelo governo.
Em meio às discussões, o governo segue buscando alternativas para conter a alta dos preços dos alimentos. Em novembro, Lula se reuniu com representantes do setor para debater ações que possam ajudar a reduzir a inflação da cesta básica, um dos principais desafios econômicos do país.
Foto: Jeane de Oliveira/Portal Bolsa da família