O Instituto de Defesa Dos Direitos das Religiões Afrobrasileiras (Idafro) entrou com uma ação pedindo que o Ministério Público da Bahia (MP-BA) proíba a prefeitura de Salvador e governo do estado a contratar Claudia Leitte para realização de shows. A medida, protocolada nesta quinta-feira (30), se deve a polêmica alteração da carioca na música “Caranguejo”, onde ela está sendo investigada por intolerância religiosa.
Em dezembro do ano passado, a cantora mudou o trecho “Saudando a rainha Yemanjá” por “Canto meu rei Yeshua”, que significa Jesus em hebraico. De lá para cá uma grande polêmica se instaurou ao redor da artista. Claudia, mesmo que não diretamente, foi criticada pelo então Secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, que contou com apoio de Ivete Sangalo. A baiana, inclusive, foi bloqueada por Claudia nas redes sociais após o ocorrido.
Segundo trecho obtido pelo Portal “Leo Dias”, o Idafro se baseia no 4° artigo da constituição. “Os Estados comprometem-se a prevenir, eliminar, proibir e punir, de acordo com suas normas constitucionais e com as disposições desta Convenção, todos os atos e manifestações de racismo, discriminação racial e formas correlatas de intolerância, inclusive: i. apoio público ou privado a atividades racialmente discriminatórias e racistas ou que promovam a intolerância, incluindo seu financiamento; (art. 4º, alínea “i”)”, diz o documento, segundo a publicação no portal.
“Por força de disposição expressa da Convenção Interamericana Contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância recepcionada com força normativa de emenda constitucional, a Constituição da República proíbe a contratação de shows musicais que promovam a intolerância religiosa”, completa.
O documento apresentado ainda destaca a ação movida pelos compositores de “Caranguejo”, Alan Moraes, Durval Luz e Luciano Pinto, que trabalham com a artista há alguns anos. Os autores querem impedir Claudia de cantar a versão modificada durante o Carnaval, já que alegam uma mudança da letra sem autorização necessária.
(Isto É, Gente)
Foto: Reprodução Instagram