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LULA MUDA CRONOGRAMA PARA DEPORTADOS DOS EUA E TRUMP VAI EMITIR NOTA OFICIAL SOBRE O TEMA

João Paulo - 27/01/2025 06:59 - Atualizado 27/01/2025

Durante o final de semana passado (25 e 26) os primeiros aviões com deportados brasileiros dos Estados Unidos chegaram ao Brasil. A situação física e emocional das pessoas fez o presidente Luis Inácio Lula da Silva mudar um pouco o cronograma do transporte dessas pessoas. Em resposta, o governo dos Estados Unidos está preparando um posicionamento oficial sobre a reação do Brasil. A informação é da colunista Andreza Matais, do Uol.

A movimentação ocorre após o Ministério da Justiça brasileiro emitir um comunicado destacando que a situação foi informada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que determinou mudanças no transporte dos deportados. O trajeto entre Manaus e Minas Gerais será realizado em aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB), substituindo o transporte inicial feito em aviões norte-americanos.

O comunicado brasileiro também enfatizou que “a dignidade da pessoa humana é um princípio basilar da Constituição Federal e um dos pilares do Estado Democrático de Direito, configurando valores inegociáveis”. A nota, no entanto, evitou menções diretas ao presidente dos EUA Donald Trump, que liderava o governo durante os relatos de maus-tratos.

Os brasileiros deportados relataram episódios de maus-tratos, incluindo o uso de algemas e correntes durante sua chegada ao território brasileiro, em Manaus. A situação gerou críticas e reacendeu o debate sobre o tratamento de imigrantes pelos EUA.

A resposta do Brasil contrasta com a posição adotada pela Colômbia. O presidente colombiano, Gustavo Petro, declarou publicamente que não aceitaria a deportação de cidadãos colombianos em aeronaves norte-americanas e afirmou que enviaria o avião presidencial para buscá-los. A declaração provocou uma reação imediata do ex-presidente Trump, que anunciou possíveis retaliações econômicas contra a Colômbia.

Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, e um confronto direto com o governo norte-americano, especialmente durante a gestão de Trump, poderia afetar os exportadores brasileiros. Assim, a postura mais contida do governo brasileiro reflete uma tentativa de equilibrar as relações diplomáticas e comerciais, ao mesmo tempo em que busca proteger os interesses de seus cidadãos.

Foto: Brendan Smialowski e Patrick T. Fallon | AFP

 

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