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CRIMES CIBERNÉTICOS PREOCUPAM EMPRESAS EM 106 PAÍSES

Victoria Isabel - 23/01/2025 16:26

Quatro em cada 10 empresas apontam os crimes cibernéticos como a principal preocupação pelo quarto ano seguido. Houve aumento da percepção da emergência em relação a esse tema que agora aparece como prioridade para 36% dos empresários. Há 10 anos, esse tipo de risco chamava a atenção de apenas 12% das companhias na maioria dos países. Os dados fazem parte de pesquisa feita pelo grupo Allianz de seguros com 3.778 gestores de risco em 106 países. A pesquisa, nomeada Allianz Risk Barometer (Barômetro de Riscos da Allianz), está em sua 14ª edição.

O estudo ouviu gestores de empresas pequenas, médias e grandes, classificadas de acordo com o orçamento anual de cada uma. Cerca de 40% das respostas chegaram de empresas consideradas grandes, com balanços acima de 500 milhões de dólares; 30% vieram das médias, com balanços entre 100 e 500 milhões de dólares; e o restante das pequenas empresas, com produção abaixo de 100 milhões de dólares ao ano.

Os crimes cibernéticos, além de ocupar a maior preocupação na média global (38%), também lideram entre as empresas brasileiras. Colômbia, Filipinas, Marrocos e África do Sul também assistiram à emergência desse tema para seu empresariado, com ineditismo. Os pesquisadores atribuem essa mudança aos rápidos avanços das tecnologias de inteligência artificial. As empresas que destacaram o tema, em geral, têm boa parte de seus serviços operando virtualmente, como as do ramo financeiro, de telecomunicações, de mídia, de tecnologia e ligadas a serviços jurídicos. Indústrias do ramo de aviação, químico e de entretenimento também destacaram o tema.

Em segundo lugar, os gestores apontam a preocupação com a interrupção de negócios, com 31% das citações neste ano e em 2024. Esse risco está relacionado a eventos que podem impactar cadeias de suprimento e comércio global. O tema tem aparecido entre as duas primeiras escolhas dos entrevistados durante a última década de pesquisas, o que reflete eventos como a pandemia de 2020 e as diversas guerras que ocorreram, e foi a principal causa de alarde na região do litoral Pacífico da Ásia, inclusive para a China.

Nas Américas, empresários do México, com forte fluxo portuário, também elegeram o tema como sensível, seguido de perto pelas catástrofes naturais. A interrupção de negócios afeta principalmente as áreas de energia, transportes, fábricas (pesadas e de montagem), alimentação e o setor hoteleiro. Para os pesquisadores, o temor é motivado principalmente pelos prazos muito curtos e forte competição entre empresas, além da necessidade de respostas rápidas e integradas em nível global.

O terceiro fator de risco, com prioridade para 31% dos entrevistados nesta edição ante 26% na pesquisa anterior, são as catástrofes naturais, como inundações, grandes incêndios e eventos correlatos, mas não tão distantes da quinta posição, onde estão as mudanças climáticas, com 19% das citações em 2025 e 18% no ano passado.

Na quarta posição está a insegurança jurídica e legislativa, prioridade para 25% dos pesquisados, ante 19% na edição anterior. Ela envolve mudanças em regras nacionais e internacionais e reflete a eleição norte-americana, pois a pesquisa foi colhida justamente nos meses de outubro e novembro, coincidindo com o pleito, no qual o republicano Donald Trump se sagrou vitorioso em 6 de novembro.

Riscos parecidos ocupam as posições de 7 a 9, com o que o grupo Allianz colocou como riscos ligados ao desenvolvimento macroeconômico, como inflação e impacto de políticas econômicas, prioridade para 15% dos ouvidos este ano ante 19% em 2024, desenvolvimento e políticas de mercado (14% em 2025 e 13% em 2024) e riscos políticos, como greves, golpes de estado, guerras, e afins (14% nos dois anos).

Fechando o top 10 global estão o risco a explosões e fogo, com 17% (19% em 2024), e o risco que representam novas tecnologias, com 10% das citações (9% em 2024).

Foto: Mikhail Nilov/Pexels

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