Na noite da terça-feira (17), o Teatro Gregório de Mattos (TGM) foi palco da cerimônia de certificação de 15 iniciativas selecionadas pelo Programa Boca de Brasa. Promovido pela Fundação Gregório de Mattos (FGM), em parceria com a Associação Conexões Criativas e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda (Semdec), o evento teve o objetivo de reconhecer as iniciativas que receberam recursos financeiros e capacitação para o fortalecimento dos projetos.
As 15 iniciativas contempladas estão vinculadas às regiões de Cajazeiras, Centro/Brotas, Cidade Baixa, Subúrbio/Ilhas e Valéria, refletindo o compromisso do programa em descentralizar e fortalecer a cultura nas periferias de Salvador.
Entre as iniciativas certificadas está a companhia JÁÉ, sediada em Valéria, que tem no portfólio a produção da peça “A Coisa Vai Ficar Preta”.
Agatha Virgens, artista que integra a companhia, destacou como o programa foi essencial para a profissionalização do grupo. “O espetáculo A Coisa Vai Ficar Preta foi lançado no ano passado. Através do programa Boca de Brasa, pudemos investir na confecção de figurinos, melhorar o cenário e a qualidade da produção. O Boca de Brasa nos deu visibilidade e possibilitou que nosso trabalho fosse reconhecido em Salvador”, afirmou Agatha.
O presidente da FGM, Fernando Guerreiro, destacou o papel estratégico do programa e seu impacto nas comunidades. “Essa certificação não é o fim, mas o início de um novo ciclo. Queremos que essas 15 iniciativas sejam multiplicadoras, acelerando outros projetos e fazendo com que a arte seja ferramenta de transformação”, afirmou.
Já o diretor de Patrimônio e Equipamentos Culturais da FGM, Chicco Assis, ressaltou a evolução do Boca de Brasa, que agora integra o conceito de economia criativa. “O programa vai além do incentivo artístico, mostrando que a arte é uma atividade econômica viável, geradora de renda e emprego”, pontuou.
A secretária da Semdec, Mila Paes, reforçou a importância da conexão entre arte e economia. “A cultura é um setor estratégico para dinamizar a economia de Salvador. Nosso objetivo é transformar o potencial criativo da cidade em negócios sustentáveis, gerando empregos e renda para os agentes culturais”, declarou.
O diretor da Salvador Tech, Felipe Dias, também enfatizou a arte como instrumento de desenvolvimento. “Cultura e arte são trabalho, geram riqueza e projetam Salvador para o mundo. É justo que essa riqueza seja redistribuída para quem faz a cultura acontecer”, avaliou.
Boca de Brasa – Criado em 1986, o Boca de Brasa é uma iniciativa da Prefeitura de Salvador, realizada por meio da FGM, vinculada à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult). O programa tem como foco fomentar manifestações culturais e artísticas nas periferias, promovendo cidadania e fortalecendo a identidade cultural dos bairros de Salvador.
Foto: Ascom/FGM