O acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia foi anunciado oficialmente nesta sexta-feira (6), após a reunião dos líderes dos blocos na cúpula do Mercosul em Montevidéu, no Uruguai. Em entrevista coletiva, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que o “acordo com Mercosul é vitória para Europa”. “Este é um acordo ganha-ganha, que trará benefícios significativos para consumidores e empresas, de ambos os lados. Estamos focados na justiça e no benefício mútuo. Ouvimos as preocupações de nossos agricultores e agimos de acordo com elas. Este acordo inclui salvaguardas robustas para proteger seus meios de subsistência”, disse von der Leyen.
A presidente destacou que os padrões de saúde e alimentos da União Europeia permanecerão “intocáveis” e que os exportadores do Mercosul deverão cumpri-los “rigorosamente”. “Esta é a realidade de um acordo que economizará 4 bilhões de euros em taxas de exportação por ano para empresas da União Europeia”. As negociações — iniciadas em 1999 e paralisadas depois de um acordo alcançado em 2019 — foram retomadas nos últimos meses a pedido da Comissão Europeia, que determina a política comercial para toda a UE.
Apesar de um acerto inicial ter sido firmado há cinco anos, a medida não havia saído do papel desde então por pressão dos europeus. Parte dos países da UE, em especial a França, não é favorável a uma abertura de mercado que beneficie competidores do Mercosul. Mas o sentimento generalizado da Comissão Europeia era de que a UE já havia negociado o suficiente e era a hora de dar o próximo passo.
A diretora-geral de Comércio da Comissão Europeia, Sabine Weyand, declarou na terça-feira aos deputados europeus que a discussão prosseguia “a nível político”, sugerindo que a fase técnica das conversações teria chegado ao fim. Nesta quinta, a viagem da presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, ao Uruguai para participar das reuniões, reforçou a impressão de que o anúncio sairia. Ao chegar, ela disse que a conclusão do aguardado acordo comercial entre os dois blocos estava “à vista”. Mais tarde, o chanceler uruguaio, Omar Paganini, adiantou que “todas as partes” haviam chegado a um consenso sobre a proposta.(g1)
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