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INADIMPLÊNCIA ATINGE APENAS 7,4% DA POPULAÇÃO RURAL DO PAÍS

LUIZA SANTOS - 25/11/2024 15:33 - Atualizado 25/11/2024

Informações inéditas da Serasa Experian, primeira e maior datatech do Brasil, mostram que no segundo trimestre deste ano, considerando apenas dívidas que venceram por mais de 180 dias e que foram contraídas em setores que se relacionam às principais atividades do agronegócio, a inadimplência alcançou apenas 7,4% da população rural que atua como pessoa física no Brasil. Em comparação com os primeiros três meses de 2024, houve uma leve alta de 0,3 pontos percentuais.

De acordo com o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, o quadro pode ser representado como relativamente positivo, pois a variação trimestral foi muito baixa. “Mesmo com as dificuldades para acesso a crédito, rolagem de dívida, patamar do preço das commodities, e outros desafios, como os acontecimentos climáticos que afetaram a estabilidade financeira no campo, os números de inadimplência no agro se mantiveram praticamente iguais e a maior parcela dos proprietários rurais do país estão conseguindo honrar seus compromissos financeiros e continuar mantendo um saldo positivo para o setor.”

Neste estudo, a estratificação por porte revelou que grandes proprietários tiveram a maior representatividade e 9,8% deles foram impactados pela inadimplência. Aqueles que não possuem registro de cadastro rural – arrendatários, pessoas participantes de grupos econômicos ou familiares – vieram depois, com 9,3%. Os proprietários de médio porte marcaram 6,9% e os pequenos foram os menos afetados, com apenas 6,6%.

Quanto mais experiência, menor é o índice de inadimplência

Os dados levantados pela Serasa Experian também revelaram que, quando maior a faixa etária do proprietário rural, menor é o índice de inadimplência registado. Ainda sobre o segundo trimestre de 2024, daqueles que têm entre 50 e 59 anos, 7,2% estavam com o nome no vermelho. A partir disso, quanto mais aumenta a idade mais o percentual diminui.

Setores relacionados ao agronegócio registraram um cenário otimista

Ainda em relação ao segundo trimestre deste ano, observando os setores em que as dívidas foram contraídas e negativadas, gerando as taxas de inadimplência analisadas neste estudo, é possível identificar que as dívidas com “Instituições Financeiras” – que financiam atividades no campo – marcaram a maior fatia, de 6,5%. No entanto, os percentuais de proprietários rurais inadimplentes no “Setor Agro” e em “Outros Setores Relacionados” foram muito pequenos, de 0,1% e 0,2%, respectivamente. Essas categorias abrangem diversos produtos e serviços como agroindústrias de transformação e comércio atacadista agro, serviços de apoio ao agro, produção e revendas de insumos e de máquinas agrícolas, produtores rurais, seguradoras não-vida, transportes e armazenamentos.

Para o head de agronegócio da Serasa Experian é interessante analisar que, nesse cenário, a cadeia agro revela um quadro otimista em relação a inadimplência da população rural. “É fundamental reforçar essa diferenciação porque, se no geral apenas 7,3% dos proprietários rurais estão inadimplentes, nesse recorte o percentual permanece muito baixo”.

Sulistas marcaram inadimplência amena dentre as demais regiões agrícolas

A avaliação por Região Agrícola, de acordo com dados da Serasa Experian, mostrou que a inadimplência foi registrada em menor percentual no Sul, atingindo apenas 4,8%. Nesse sentido, o head de agronegócio da Serasa Experian explica que é preciso considerar a suspensão das negativações no Rio Grande do Sul anunciada pela ANBC (Associação Nacional dos Bureaus de Crédito), que perdurou por 60 dias, em função das enchentes que ocorreram na região. “Essa foi uma iniciativa necessária que pode ter influenciado o baixo percentual no Estado. Além disso, os sulistas que atuam com o agro têm um longo e positivo histórico de experiência e resiliência durante os momentos de crise, contando também com uma adesão significativa aos instrumentos de seguro rural, que ajudam a mitigar riscos.”

Em sequência estava o Sudeste, com 6,2%, e o Centro-Oeste Agro, que marcou 7,6%.

Foto: Mateus Pereira/GOVBA

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