Pioneira na implantação de políticas afirmativas, a Uneb se prepara para mais uma mudança neste setor. No próximo ano, os candidatos cotistas que entrarem nos diferentes campi vão passar por uma banca de heteroidentificação, submetendo-se às bancas de avaliação.
Até 2024, explica a reitora Adriana Mármore, os candidatos faziam apenas a autodeclaração, mas houve várias tentativas de fraude desde que as cotas foram implementadas em 2003. “Fazíamos uma conferência, mas agora, com a banca, acredito que estas tentativas serão coibidas”, afirma Adriana.
Atualmente, do total de 23 mil estudantes, cerca de 8,8 mil são oriundos do sistema de cotas, sendo 6 mil autodeclarados negros e pardos. Em 2018, a Uneb criou cotas especificas para estudantes de origem quilombola, cigana e para travestis, transgêneros e transexuais, além de portadores de deficiência física.
“Estamos comprometidos também em aplicar as políticas afirmativas na seleção de técnicos e de professores e na pós-graduação”, afirma a reitora, acrescentando que os cotistas expandem e diversificam a produção de conhecimento. “As cotas também modificaram a forma como a sociedade vê a universidade. É nosso dever defender uma educação anti-racista”, finaliza. (A Tarde)
Foto: Uendel Galter/ Ag A TARDE