O Enem veio aprofundando a multidisciplinaridade, algo que já estava acontecendo nas últimas provas, mas a gente observa que neste ano realmente a multidisciplinaridade foi o objetivo da prova. Muitas questões neste sentido na prova de humanas, histórico, geográfico, sociológico, em que o texto era de uma área e a pergunta de outra. Também vimos na linguagem uma discussão cada vez mais multidisciplinar, trazendo elementos culturais, sociais, políticos e o próprio tema de redação evocando uma discussão de herança africana no Brasil, o que dialoga com a prova de história. Ou seja, a gente observa que o Enem caminha para uma discussão mais de temas sociais, em que as áreas vão se aprofundando na discussão sem necessariamente o conteúdo específico de cada área se destacar. Ou seja, realmente o que importa é a horizontalidade da prova e o diálogo que as áreas fazem, apontando aí, talvez, uma tradição de futuro da prova para a próxima década, com o conteúdo específico dialogando com as outras áreas numa prova muito interconectada. A gente observa que o Enem continua trazendo as discussões de minorias sociais, discussão do feminismo, da negritude, inclusive no tema de redação, mas apesar das temáticas de minoria social, a discussão sempre com embasamento de conteúdo. Então a gente não observou uma grande questão polêmica, a não ser os próprios temas que são polêmicos hoje na sociedade, mas a prova de maneira muito tranquila abordou esses temas cobrando dentro dos conteúdos específicos de cada matéria.