A Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) HiPartners, em parceria com a Venture Capital focado em Retail Techs, divulga o mais recente relatório do Índice de Performance do Varejo (IPV), que avalia a variação mensal e anual do fluxo de consumidores, vendas e faturamento de lojas físicas e shopping centers de todo o país.
Conforme os dados, na comparação com setembro de 2023, o fluxo de visitação das lojas apresentou redução de 4%, com queda mais acentuada nos estabelecimentos situados em shopping centers (-5%) do que naqueles situados na rua, cujo declínio foi de 1%. Um contraste com o mês de agosto, que havia registrado aumento em todas as regiões do país.
O mês destacou-se negativamente em termos de visitas, especialmente nas regiões Centro-Oeste, Norte e Sudeste, com exceção do Nordeste, que observou um leve aumento de 2% no fluxo em lojas físicas. No entanto, nos shopping centers, apesar da queda nacional de 1% na comparação com o ano passado, os corredores estavam mais cheios, registrando crescimento expressivo nas regiões Sudeste (+14%) e Nordeste (+10%).
“Existem desafios iminentes no setor, marcados por uma combinação de juros elevados e restrições de crédito, que ainda pesam sobre o consumo. Ainda assim, vimos que, enquanto o fluxo de visitação em lojas físicas recuou na maioria das regiões, o faturamento conseguiu crescer 13% nacionalmente, impulsionado pelo aumento de 10% no ticket médio”, afirma Eduardo Terra, sócio da HiPartners e presidente da SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo). “Este fenômeno sugere uma transição para um padrão de consumo mais focado na eficiência, onde os consumidores priorizam visitas a lojas que oferecem maior valor percebido e uma experiência de compra aprimorada”, complementa.
Crescimento do faturamento em todas as regiões
Apesar da queda no fluxo de visitação, o faturamento nacional registrou aumento de 13%. O Nordeste se destacou, com um expressivo avanço de 44%, seguido pelas demais regiões, que também apresentaram números positivos.
Esse progresso está diretamente relacionado ao crescimento do ticket médio geral, que subiu 10%. Em lojas de shopping o aumento foi de 23%, enquanto nas situadas na rua, mais modesto, com 6% de alta. Entre as regiões, o Nordeste liderou novamente com um impressionante aumento de 37%. Ademais, regionalmente, a região também foi a única a apresentar evolução (de 2%) no fluxo de visitação, contrastando com quedas de até 12% em outras regiões.
A seguir, o resumo das variações percentuais:
Região | Fluxo de Visitação (Lojas Físicas) | Faturamento (%) |
Centro-Oeste | -12% | +7% |
Norte | -11% | +16% |
Nordeste | +2% | +44% |
Sul | -4% | +9% |
Sudeste | -5% | +3% |
Destaque para “Tecidos, Vestuário e Calçados”
No comparativo entre segmentos, o setor de “Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos” mantém sua liderança em crescimento, refletindo um desempenho sólido ao longo dos últimos meses. No entanto, “Tecidos, Vestuário e Calçados” foi o grande destaque de setembro, com um notável aumento de 29%. Em contrapartida, o nicho de “Móveis e Eletrodomésticos” registrou o terceiro mês consecutivo de retração, com redução de 2% no faturamento.
“O último relatório do IPV evidencia a capacidade do mercado brasileiro de se adaptar, mesmo em um cenário de incerteza, tanto no âmbito doméstico, com juros elevados e restrições de crédito, quanto no internacional, que impacta a economia e o consumo. Para sustentar essa trajetória de crescimento e enfrentar os desafios, é imprescindível que o varejo continue investindo em inovação e tecnologia, fundamentais para otimizar operações, reduzir custos e ampliar margens. A habilidade de superar adversidades e aproveitar oportunidades ressalta a força e o potencial do setor no Brasil, responsável por aproximadamente ⅓ do PIB do país”, reforça Flávia Pini, sócia da HiPartners.
Veja alguns destaques do IPV de setembro: