Psicomotricidade. Apesar do termo não ser ouvido com frequência e gerar estranhamento em muitas pessoas, ele diz respeito a uma ciência crucial para o desenvolvimento infantil. Focada no desenvolvimento das habilidades emocionais, cognitivas e motoras das crianças, ela desempenha um papel fundamental na forma como os pequeninos interagem com o mundo ao seu redor.
Isso é o que explica a fisioterapeuta Jamaica Araújo, fundadora da Clínica Espaço Kids, entidade pioneira no atendimento intensivo e multidisciplinar de crianças com alteração no desenvolvimento neuropsicomotor. Segundo ela, o desenvolvimento psicomotor é a base do processo de aprendizagem, pois está ligado diretamente com a capacidade da criança de adquirir novas habilidades, compreender conceitos e interagir.
“Quando esse desenvolvimento é insuficiente, pode resultar em dificuldades na leitura e escrita, como distinguir letras, ordenar sílabas ou realizar análises gramaticais. Por isso, a psicomotricidade precisa ser trabalhada na infância a fim de estimular as habilidades cooperativas, o equilíbrio, a percepção espacial e a comunicação dos pequeninos”, explica Jamaica.
Como estimular?
A estimulação da psicomotricidade pode ser feita através de brincadeiras, jogos lúdicos, atividades manuais, música e dança, entre outras, afirma Jamaica. “Recursos lúdicos são essenciais para estimular o desenvolvimento da criança. Com uma rotina lúdica, a criança consegue desenvolver conhecimento sobre o próprio corpo, fortalecer e desenvolver as habilidades emocionais, cognitivas e motoras”, diz a fisioterapeuta.
A estimulação motora grossa, de acordo com a especialista, envolve brincadeiras ao ar livre, jogos com bola, atividades como correr e pular, tudo que ajuda a fortalecer os músculos e aprimorar o controle corporal. Já a coordenação motora fina pode ser estimulada com desenhos, pinturas, quebra cabeças, blocos de montar, entre outras atividades que envolvem o controle preciso do movimento das mãos, além da solução de problemas.
“Existe um conjunto de abordagens que podem ser estimuladas na criança para desenvolver essas habilidades, incentivando sua autonomia e criatividade. A estimulação cognitiva também é etapa importante e pode ser feita com brincadeiras de faz de conta, jogos educativos, leituras, assim como a estimulação sensorial, ou seja, brincar com massinha de modelar, areia, água, música, dança. O mais importante é garantir um ambiente seguro e estimulante para que a criança possa explorar livremente suas habilidades”, avalia a fisioterapeuta.
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