A Bravo Motor Company anunciou a instalação de sua nova fábrica de baterias de lítio em São Sebastião do Passé, na Bahia, com um investimento inicial de R$ 1,2 bilhão. A iniciativa visa suprir a crescente demanda por baterias, especialmente para o armazenamento de energia elétrica. Em entrevista ao Bahia Econômica, Eduardo Javier Muñoz, CEO da empresa, compartilhou detalhes sobre os planos da empresa e estratégias de financiamento.
Segundo Muñoz, a Bravo Motor ainda está explorando alternativas de financiamento no mercado, com um olhar estratégico sobre o papel dos bancos de fomento e fundos de participação.
“O relacionamento com os bancos de fomento é uma relação que estamos estabelecendo, pois o crescimento será exponencial e sempre é bom ter acesso a financiamento mais em conta. Mas esse financiamento é complemento do que já está comprometido por grandes empresas de participação global como Rockwell Automation, SMC e ABB dentre as mais conhecidas”, destacou.
“Temos conversas abertas tanto com BNDES como BNB, mas só iremos procurá-los após fechar projetos e o complemento privado, desta forma será mais rápido e direto. Estamos em uma sequência de reuniões com um fundo importante de participações dedicado ao desenvolvimento estruturante do país, dado que assim é definida a nossa atividade e, em particular, o nosso empreendimento”, completou.
Com relação aos recursos próprios, Muñoz detalhou que a empresa já possui uma base sólida de financiamento. “Em média, a metade dos recursos e 100% das garantias serão aportados por equity funding da própria empresa. A produção de baterias já é entendida pelo mercado financeiro como uma das ‘bolas da vez’, isso tem intensificado conversas com vários fundos, o que pode garantir recursos não só para esta primeira etapa, mas também para a sequência prevista nos anos seguintes”, afirmou.
Mercado e Logística
Sobre a competitividade no mercado, especialmente com a entrada da BYD, que também produzirá baterias no Brasil, a Bravo Motor Company mantém uma visão ambiciosa. “A demanda de baterias da América Latina é o nosso mercado objetivo, sem desestimar os Estados Unidos, Europa e África. A BYD fabrica suas próprias baterias na China e montará seus Battery Packs em Manaus. O mercado automotivo brasileiro prevê demandar mais de 42 GWh anuais para 2030, em previsões bem conservadoras, mas o setor automotivo não é o único nem o maior demandante de baterias de lítio. Há também o setor elétrico, máquinas e ferramentas, robótica, construção, agro… demanda não é e nem será o problema”, afirmou Muñoz.
Quanto à logística, a localização estratégica da nova planta da Bravo permitirá uma operação altamente eficiente. “Teremos as baterias com a menor pegada de carbono, e hoje 100% vêm da Ásia. Com certeza temos uma logística muito privilegiada, com saída tanto marítima quanto terrestre”, concluiu Muñoz.
Foto: Divulgação/Bravo Motor