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APESAR DE RECORDE NA PRODUÇÃO DE GRÃOS, VALOR DA AGRICULTURA BAIANA TEM QUEDA DE 6,0% ENTRE 2022 E 2023

Bruna Carvalho - 12/09/2024 10:58 - Atualizado 12/09/2024

Entre 2022 e 2023, o valor da produção agrícola baiana registrou queda, após três anos de crescimentos nominais, passando de R$ 46,1 bilhões (valor recorde para o período pós-Plano Real) para R$ 43,3 bilhões (menos R$ 2,8 bilhões ou -6,0%).

Com a superoferta de algumas das principais commodities agrícolas, como a soja e o milho, que bateram recorde de produção no país, e o arrefecimento de mercados consumidores globais, os preços dos principais produtos agrícolas nacionais sofreram queda ao longo do ano, impactando diretamente na receita gerada.
Assim, o ano de 2023 foi de perdas no valor da produção agrícola em quase todo o país. No Brasil como um todo, o valor gerado também caiu (-2,3%) para R$ 814,5 bilhões, frente a R$ 833,3 bilhões em 2022. Houve recuos em 14 dos 27 estados.

A queda absoluta do valor gerado pela agricultura na Bahia, frente a 2022, foi a 5ª maior do país. Mato Grosso (menos R$ 21,3 bilhões), Goiás (menos R$ 9,0 bilhões) e Minas Gerais (menos R$ 6,3 bilhões) tiveram as maiores retrações. Por outro lado, São Paulo (mais R$ 9,3 bilhões), Paraná (mais R$ 7,2 bilhões) e Pará (mais R$ 4,2 bilhões) tiveram os maiores aumentos, entre 2022 e 2023.

A Bahia manteve o 8º maior valor agrícola do país, porém a participação do estado no total nacional caiu de 5,5%, em 2022, para 5,3% em 2023.

Mato Grosso (R$ 153,5 bilhões, 18,8% do total) continuou o líder no ranking estadual do valor gerado pela agricultura, em 2023. Entre 2022 e 2023, São Paulo se manteve na 2ª posição (R$ 112,5 bilhões, 13,8% do total), e o Paraná passou da 4ª para a 3ª posição (R$ 90,5 bilhões, 11,1%), superando Minas Gerais.

A pesquisa da Produção Agrícola Municipal (PAM), do IBGE, investiga 64 produtos em todos os municípios do país. Desses, 45 são cultivados na Bahia, 28 dos quais (62,2%) viram seu valor crescer entre 2022 e 2023, apesar da queda geral do estado.

Os maiores aumentos no valor de produção, em termos absolutos foram os da manga (mais R$ 615,5 milhões), do algodão herbáceo (mais R$ 480,9 milhões) e do cacau (mais R$ 326,6 milhões).
Por outro lado, dentre os 17 produtos com quedas no valor, os recuos mais expressivos vieram da soja (menos R$ 3,7 bilhões), do milho (menos R$ 557,4 milhões) e do café canephora (menos R$ 172,5 milhões).

Foto: Divulgação/CAR

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