Em 10 de setembro é comemorado o Dia de Luta Contra a Gordofobia. A criação da data é uma maneira de chamar a atenção sobre este preconceito que atinge centenas de pessoas com excesso de peso. Estima-se que existam 1 bilhão de obesos, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), e a má notícia é que estes números seguem numa curva crescente. E, junto com os riscos de saúde, associados à obesidade, está a estigmatização deste grupo.
“É um equívoco pensar que esta epidemia mundial traz apenas consequências físicas, considerando que a obesidade é uma doença crônica e pode sim ocasionar um transtorno emocional, quando os obesos se sentem discriminados. É crucial compreender que não é apenas um fator estético ou uma escolha individual, mas uma questão mais ampla, que ultrapassa a boa forma física e envolve a geração de um estigma, muitas vezes imposto dentro da própria casa, pelos familiares, amigos e até no local de trabalho. E todos nós temos responsabilidade de reverter este cenário”, alerta Prof. Dr. Durval Ribas Filho – Médico Nutrólogo, Fellow da Obesity Society FTOS – USA e Presidente da ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia).
O especialista sinaliza pontos importantes de atenção. Um caminho para que as pessoas entendam que hoje a gordofobia está na lista de outros preconceitos como os raciais, sociais, étnicos, religiosos e sexuais.
“A Gordofobia é uma doença social. É verdade que o primeiro passo deve ser dado pelo próprio obeso para cuidar da sua autoestima e saúde. Mas é um processo que precisa de apoio e acolhimento e não de discriminação”, conclui o médico nutrólogo, que escreveu o livro “Obeso Acolhido”, em coautoria com o Dr. Arthur Kaufman. A obra, está em sua segunda edição e traz um retrato da realidade vivida por ele no consultório, há anos, e que confirma sua a percepção de que há um processo de estigmatização, em muitos aspectos, e o obeso não é “abraçado” pela sociedade, como deveria.
Imagem de Tania Dimas por Pixabay