Pré-candidato a deputado federal, o ex-secretário de Feira de Santana, Sérgio Carneiro (PV), afirmou, ontem, que não vai haver uma grande renovação no pleito deste ano, apesar do desejo da maioria da população. O verdista se mostrou a favor do financiamento público de campanha, mas, para ele, não está “devidamente formatado”. O que, segundo ele, favorece os candidatos com mandatos e os com poder aquisitivo. No entendimento de Carneiro, R$ 1,7 bilhão do financiamento público não será suficiente já que há mais de 30 partidos no Brasil. Para ele, a solução seria reduzir o número de siglas. “O financiamento público não está consolidado e devidamente formatado […] Os recursos não darão, embora aos olhos do povo seja um número significativo. Mas não vai dar para todos os candidatos. Vai favorecer quem está nos mandatos ou os candidatos ricos. A tão propagada renovação não vai acontecer”, frisou, em entrevista à Rádio Câmara Salvador.
Ele também criticou o voto nulo ou branco como forma de protesto: “Será menor do que a expectativa que está sendo criada nas redes sociais, sobretudo pelo equívoco do voto branco e nulo que, estes sim, dados em candidatos que não estão lá, poderiam dar uma esperança de maior renovação. Este tipo de voto, portanto, é um equívoco, não atingindo a finalidade de protesto pelo qual ele é dado. Com mais ou menos votos brancos ou nulos, alguém vai se eleger. É óbvio que quem tem mais experiência no jogo, leva vantagem. Somente votando em bons candidatos é que podemos melhorar nosso país”.
Para o ex-secretário, o país tem encerrado um ciclo de “mercantilizarão da política”, que permitiu “políticos roubar para bancar” campanhas. Esta etapa, na sua avaliação, começou com a redemocratização no final dos anos de 1980. Sérgio Carneiro se mostrou contra a proposta da presidenciável Marina Silva (Rede) de seleção para cargos públicos. A pré-candidata a presidente da República quer que os indicados para postos estratégicos na administração federal tenham que exibir currículo compatível com a função pleiteada, capacidade de exercer o trabalho e ficha limpa. Segundo Carneiro, o projeto de Marina “criminaliza a política”. “Como política, ela comete um erro. Ela criminaliza a política. Discrimina a política. Não tenho problema nenhum em ser reconhecido como político”, disse, ao ressaltar que funcionários de carreira, como o ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, foram presos na Operação Lava Jato.(TB)