O BALANÇO DA ECONOMIA BAIANA NO 1º SEMESTRE DE 2024
A economia baiana cresceu mais do que o previsto no 1º semestre de 2024. Esse desempenho já era esperado, pois o PIB da Bahia cresceu 2,9% no 1º trimestre, acima do crescimento nacional de 2,5% e os resultados no trimestre seguinte nos diversos setores mostram que o resultado será semelhante em 2024. Com os números atuais já é possível prever um crescimento em torno de 3% para a economia baiana e esse número só não será maior por conta da agropecuária, já que a produção de grãos, que registrou um recorde histórico em 2023, vai se reduzir em cerca de 7%, atingindo 11,3 milhões de toneladas, segundo o IBGE. Isso ocorreu por causa do El Niño, que prejudicou algumas regiões produtoras no estado, impactando negativamente a produção de soja e milho. Ainda assim, espera-se uma safra de soja de 7,5 milhões de toneladas, apenas 0,5% menor do que a do ano passado e, para compensar, haverá novo recorde de produção do algodão na Bahia, com mais de 1,7 milhões de toneladas produzidas.
Além disso, os resultados a indústria e o comércio são expressivos. As vendas no varejo no 1º semestre do ano cresceram 9,1%, em relação a igual período do ano anterior. Entre os setores que mais cresceram estão materiais de construção, que elevou as vendas 21%, farmácias, com incremento de quase 14%, veículos e motos, com 12%, e os supermercados e hipermercados que ampliaram as vendas em 13%. Já a indústria cresceu 2,4% no 1ºsemestre em relação ao, mesmo período do ano passado com 11 das 14 atividades pesquisadas apresentando crescimento produção. Apenas o segmento metalúrgico, por conta de fatores internacionais, apresenta redução expressiva.
Agregue-se aos bons resultados do comércio e da indústria o incremento no volume das atividades turísticas que cresceu 9,1% no 1º semestre e o crescimento da indústria da construção civil que deve manter-se em torno de 2%.
O crescimento do varejo e das atividades turísticas no 1º semestre vão incrementar o crescimento do setor de serviços que responde por mais de 68% na formação do PIB baiano. Esse crescimento tem impactado o mercado de trabalho formal e nos seis primeiros meses de 2024, a Bahia criou mais de 54 mil postos de trabalho com carteira assinada, cerca de 7% a mais do que havia sido criado em 2023. Mas o impacto maior foi no mercado informal o que possibilitou reduzir a taxa de desocupação de 14% no primeiro trimestre para 11,1% no segundo trimestre. A Bahia ainda tem a 2ª maior taxa de desemprego entre os estados pesquisados, sendo superada apenas por Pernambuco, mas a redução de quase 3 pontos percentuais na taxa desde o começo do ano mostra que a economia está aquecida.
No comercio exterior, as exportações baianas alcançaram US$ 6,4 bilhões, um incremento de 4% nos primeiros sete meses do ano. Com isso, a Bahia amplia sua liderança no Nordeste sendo responsável por 46% das vendas externas da região. O balanço da economia baiana no 1º semestre de 2024 aponta para um crescimento do PIB da ordem de 3% um pouco mais ou um pouco menos, mas em linha com o crescimento da economia brasileira.
A POLÍTICA E A ECONOMIA
Política e economia andam juntas, mas as variáveis da economia são mensuráveis e não dá para esconder a realidade. Quando este economista diz que a economia brasileira está crescendo é porque os dados oficiais estão indicando isso. É um fato. A afirmação de que no curto prazo o Brasil não corre o risco de ter uma crise fiscal é um fato. Nas últimas semanas, economistas de peso, como Otaviano Canuto, Mansueto de Almeida e outros, vem reconhecendo o que está coluna diz a meses: a economia brasileira está crescendo e não há sinais de descontrole fiscal ou inflacionário. Agora, a economia é dinâmica, e pode mudar se houver qualquer crise externa ou interna. Se ocorrer, a coluna vai apontar.
A LOTAÇÃO DO CARNAVAL
A venda de abadás para os blocos no carnaval de 2025 cresceram 50% no 1º semestre, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo informou o diretor da Central do Carnaval, Joaquim Nery, ao portal Bahia Econômica. Ou seja, haverá mais foliões nas ruas e já no ano passado os portões de acesso do circuito Barra-Ondina já tiveram quer ser fechados em alguns dias em virtude da superlotação. Não há mais tempo para qualquer mudança de localização, mas Nery alerta que medidas precisam ser tomadas para que haja um reequilíbrio maior entre o público que vai para um espaço ou outro do evento. É hora de mudar e, entre outras ações, reequilibrar as atrações e os desfiles em cada circuito.
Publicado no jornal A Tarde em 22/08/2024