A tarde desta sexta-feira (23) foi especial para as crianças atendidas no Centro Especializado em Reabilitação (CER II), que funciona dentro do Subúrbio 360, em Coutos. Em grupo, elas participaram de um momento de interação e de contação de história proporcionado pela equipe da Diretoria de Políticas Públicas para Pessoa com Deficiência, da Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre).
A arteterapeuta e neuropsicopedagoga Flávia Mendonça, de 48 anos, utilizou algumas ferramentas – a exemplo da música, fantoche e de outros objetos que ilustraram o enredo e os personagens – para dar mais enfoque às histórias que estavam sendo contadas e aguçar a curiosidade dos pequenos.
“A linguagem metafórica permite que as crianças possam vivenciar as experiências do dia a dia. Utilizamos os personagens em situações às quais elas têm dificuldade de se adaptar para que elas possam vivenciar tudo isso, melhorando, assim, a aprendizagem, a interação social e as questões emocionais. Os contos de fada funcionam tanto para crianças típicas como para as atípicas. A arte tem esse poder”, ressaltou.
Com 27 anos de experiência, Flávia contou que desenvolve um trabalho clínico e institucional com crianças e adultos, dando uma atenção também aos cuidadores. “Se o cuidador não estiver bem para estar com essas crianças, não tem como o trabalho continuar. Então, além de fazer esse trabalho de formação com profissionais, fazemos com que esse cuidador entenda a função social dele e trabalhamos também com a arte”, disse.
Para ela, a deficiência é uma questão social. “Não é patológico, é muito mais o preconceito que atrapalha, então a gente viu crianças com deficiência intelectual, crianças com TEA, em níveis diferentes, brincando sem nenhum atrito, sem necessidade de parar a atividade. O nosso principal trabalho é respeitar. Quando há respeito e empatia, qualquer trabalho funciona”, completou.
Foto: Lucas Moura/Secom PMS