As projeções levam em conta o histórico das componentes demográficas (nascimentos, mortes e migração) e traçam hipóteses para o futuro. Elas são constantemente monitoradas e periodicamente revistas, para garantir sua máxima aderência à realidade. Nesta revisão, incorporam os resultados do Censo Demográfico 2022; informações mais recentes dos registros de nascimentos e óbitos; dados preliminares de migração interna, obtidos no Censo 2022; e dados de migração internacional, advindos de registros administrativos.
As projeções têm fundamental importância no cálculo de indicadores sociodemográficos e alimentam as bases de informações de ministérios e secretarias estaduais de diversas áreas, para a implementação de políticas públicas e sua posterior avaliação. São utilizadas, ainda, para a expansão das amostras das pesquisas domiciliares do próprio IBGE, e delas derivam as estimativas municipais anuais de população divulgadas pelo Instituto.
Um baixo crescimento vegetativo (nascimentos menos mortes), que se tornará negativo no médio prazo, e a manutenção de uma migração de saída maior do que a de entrada deverão levará a população da Bahia a começar a diminuir daqui a cerca de dez anos, a partir de 2035. Além disso, a queda da natalidade conjugada ao aumento na longevidade (esperança de vida) farão do estado o 2º mais envelhecido do país, em 2070, atrás apenas do Distrito Federal.
Estimada hoje (1º de julho de 2024) em 14.850.513 pessoas, a população baiana deve chegar a seu ponto máximo em 2034 (14.977.573) e se reduzir discretamente no ano seguinte (para 14.977.058 pessoas, em 2035). Daí em diante, a previsão é que recuará ano a ano, até chegar a 12.823.350 pessoas em 2070, horizonte das atuais projeções de população, quando deverá haver 13,7% menos habitantes no estado do que atualmente e 3,0% menos do que em 2000, ano inicial das projeções.
A redução da população na Bahia deverá ocorrer bem antes do que no Brasil como um todo, e o estado deverá ser o 5º a iniciar esse processo. A projeção é que a população brasileira comece a diminuir em 2042 (de 220.425.289 para 220.410.190 pessoas) e chegue, em 2070, a 199.228.708 pessoas, 6,3% a menos do que a estimativa atual, de 212.583.750 habitantes em 2024, mas ainda 14,0% superior à população de 2000.
Alagoas e Rio Grande do Sul devem ser os primeiros estados a ter redução de população, já a partir de 2027, seguidos por Rio de Janeiro, em 2028, e Maranhão, em 2034. Das 27 unidades da Federação, só Mato Grosso não tem previsão de queda populacional até 2070. Além dele, Santa Catarina e Roraima (com reduções a partir de 2064), Goiás (a partir de 2056), Amazonas (2054), Mato Grosso do Sul (2053) e Tocantins (2049) ainda deverão ter, em 2070, mais habitantes do que em 2024.
São estados em que a natalidade cai mais lentamente e/ou têm saldos migratórios positivos, recebendo mais pessoas de fora. A queda percentual da população da Bahia até 2070 (-13,7%) deverá ser a 4ª mais profunda, entre os estados, menor apenas do que as de Rio Grande do Sul (-18,9%), Alagoas (-17,0%) e Rio de Janeiro (-15,8%). Mesmo com essa redução, a Bahia deverá se manter, até 2070, como o 4º estado mais populoso do país. Continuará, como hoje, abaixo de São Paulo (que deverá ter queda de 11,5% na população), Minas Gerais (-9,5%) e Rio de Janeiro (-15,8%) e acima do Paraná (-3,0%).
Imagem de Gerd Altmann por Pixabay