A fusão entre os hospitais da Amil e da rede de laboratórios Dasa, criando uma joint venture de nome Nova Ímpar, trouxe preocupações ao mercado por conta do processo de concentração que está ocorrendo em poucos players. Mas não apenas por isso. É que a fusão vai criar a segunda maior rede privada do país, mas com uma dívida pesada e uma lucratividade apertada. Essa é a conclusão do time de analistas da área de saúde do banco Itaú BBA, liderado por Vinicius Figueiredo, que elaborou um estudo detalhado sobre a transação.
A fusão criou um grupo com 4.403 leitos, 25 hospitais e R$ 9,9 bilhões em receitas. Mas com uma dívida líquida de R$ 3,85 bilhões, resultando em uma dívida líquida/lucro (Ebitida) de 5 vezes, escreveram os analistas do banco.
Com isso, a nova companhia já nasce com a urgente necessidade de aumentar sua lucratividade, para melhorar as perspectivas de fluxo de caixa da operação.”
Mas pode haver sinergias a serem capturadas nos custos de materiais e medicamentos nos custos administrativos e de vendas e pode haver melhorias nessa área.
A outra oportunidade seria a Amil direcionar os pacientes para os hospitais da nova empresa. Mas essa estratégia traria riscos.
“Isso poderia ajudar a melhorar as taxas de ocupação subótimas de alguns hospitais da Dasa e, subsequentemente, expandir suas margens. No entanto, é importante notar que esse processo não é simples, pois os beneficiários dos planos da Amil com uma ampla rede tendem a optar pelo seu hospital de preferência, a menos que haja restrições. Portanto, concentrar-se nos hospitais da Nova Ímpar (nome da nova companhia) poderia exigir descredenciamento ou implementação de co-participação em hospitais terceiros, o que poderia potencialmente criar atritos com a base de beneficiários da Amil.