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SEGUNDO LEVANTAMENTO, AFOGAMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA BAHIA REGISTROU AUMENTO DE 50% EM 2023

Bruna Carvalho - 03/07/2024 09:40

De acordo com o levantamento divulgado pela organização Aldeias Infantis SOS, que tem como base os dados do DataSUS, houve um aumento de 50% no número de afogamentos na Bahia em 2023, quando comparado ao ano anterior. É o aumento mais expressivo entre as causas de acidentes analisadas pela pesquisa.

Segundo o Major Francisco Duarte, comandante do Batalhão Marítimo do Corpo de Bombeiros, o afogamento lidera entre as causas de morte de crianças entre 0 e 4 anos, matando mais que arboviroses como dengue e zika, e acidentes de trânsito. Em crianças de 5 a 8 anos, o número é menor, mas continua entre as três primeiras causas, e de 10 a 13, entre as cinco principais.

“O afogamento para as crianças é muito perigoso, pois é rápido e silencioso, e geralmente acontece em um ambiente de descontração, onde as pessoas estão relaxadas e, muitas vezes, ingerindo bebida alcoólica, falhando na supervisão”, diz.

Em novembro do ano passado, Jasmine Sena, de quatro anos, estava no quintal de casa, em Feira de Santana, quando caiu em um balde de água e se afogou. Ao notar que a filha tinha se afogado, a mãe ligou para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que tentou salvar a criança mas ela não resistiu. O acidente com Jasmine entrou para a triste estatística de ocorrências por afogamento de crianças de 0 a 14 anos na Bahia.

Como evitar casos de afogamento

Para manter as crianças seguras, o Major Duarte aconselha, antes de tudo, que haja supervisão a todo o tempo. “Precisamos entender que quando levamos a criança para ambientes como praia e piscina, a diversão naquele momento é da criança. O adulto deve supervisionar o tempo inteiro. O afogamento é rápido e silencioso”, indica.

Além disso, manter as crianças em locais em que a água não atinja a altura do umbigo e nunca deixar que elas tomem banho em locais desconhecidos ou sem supervisão.

É importante também, sempre que possível, ensinar a criança a nadar e a reconhecer os riscos. “A natação não deve ser considerada apenas um esporte, mas uma habilidade de sobrevivência. Da mesma forma que ensinamos às crianças os cuidados ao atravessar uma rua desde pequena, olhar para os dois lados, não correr na pista, entre outras coisas que ensinamos, a natação deve ser uma delas”, complementa Duarte.

Ao presenciar uma criança ou adolescente se afogando, por sua vez, a primeira coisa a fazer é chamar por ajuda, diz Duarte. Após isso, o ideal é oferecer um objeto flutuante e, acima de tudo, nunca se aventurar em um salvamento corpo a corpo, uma vez que a tendência do afogado é se segurar e tentar subir em quem tenta ajudar.

“Nesses casos, se não for um profissional, certamente teremos duas vítimas. Então sempre ofereça um objeto, [como] uma corda, uma boia, uma vara, qualquer coisa que possa puxar ou ajudar a pessoa a flutuar. É muito comum termos múltiplas vítimas em afogamento por causa dessa angústia”, diz.

Foto: TV Bahia

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