Com 73 hospitais, espalhados em 13 Estados no Brasil, a Rede D’Or (RDOR3) de hospitais foi buscar na inteligência artificial (IA) uma saída para os pacientes que marcam consultas, exames e procedimentos mas não comparecem. Segundo dados da empresa, cerca de 30% a 35% dos pacientes faltam seus compromissos após a marcação.
Quando isso acontece não entra receita, mas os custos continuam correndo. Com a medida da IA, a rede de hospitais estima uma economia anual de cerca de R$ 1,4 bilhão quando o sistema estiver operando em todos os hospitais. A previsão é de que essa integração ocorra até o fim deste ano. Vale ressaltar que todo o resultado operacional (Ebitda) da Rede D’Or no primeiro trimestre foi de R$ 1,7 bilhão.
Funcionamento da ferramenta
A instituição criou um modelo de IA que prevê as chances do paciente não comparecer a uma consulta, exame ou procedimento. Quando um paciente falta, a produtividade é afetada, os recursos são consumidos e o tempo de espera por um exame é prolongado, o que compromete a qualidade do tratamento.
Em entrevista ao InvestNews, Daniel Araújo Ferraz, médico oftalmologista e head de inteligência artificial da Rede D’Or São Luiz, o nível de acerto do sistema foi de 94%.
“Conseguimos identificar dentro no sistema dos nossos hospitais quem são os faltosos 72 horas antes da consulta. Com isso, passamos a ligar para confirmar a falta, não se a pessoa iria” explica.
O projeto sobre como reduzir o “no show” (não comparecimento) está em fase de implantação em alguns hospitais da rede na capital paulista e ganhou, em dezembro de 2023, o prêmio RSNA Emerging Issues Grant da Radiological Society of North America (RSNA – Sociedade de Radiologia dos Estados Unidos).
Foto: StockSnap/ Pixabay