A crise está instalada na família Odebrechet. Agora, a disputa é para evitar que a ilha Kieppe, pertencente a Emílio Odebrecht, seja vendida para cobrir dívidas do grupo, que entrou em recuperação judicial há cerca de quatro anos.
A Cape Patrimonial, empresa de Eduardo Odebrecht e seus descendentes que detém 15% da Kieppe, moveu ação com o intento de bloquear o Condomínio Casa do Bosque (que fica na ilha) e as demais companhias por considerar ter havido gestão temerária no grupo, culminando com o envolvimento na Operação Lava Jato. A Cape diz que sequer foi consultada sobre o pedido de recuperação judicial.
A empresa argumenta que o processo judicial é uma tentativa dos primos de Marcelo e Maurício Odebrecht de evitar uma “dilapidação patrimonial”, após a recuperação judicial. Eles apontam estar havendo uma venda desenfreada de bens sem que haja um motivo consistente.
A Justiça baiana concedeu a alienação do Condomínio Casa do Bosque e da ilha Kieppe, porém requereu que uma nova ação fosse aberta diante da fragilidade das acusações sobre gestão temerária. Em recurso, decidido em maio do ano passado, foi estabelecido que não caberia o bloqueio dos demais ativos do grupo.
A ilha tem aproximadamente de 78,6 mil m², e está localizada na região de Barra Grande, entre a ponta do Mutá e Boipeba, na península de Maraú (BA). A população local conhece o local como a “ilha da Odebrecht” e afirmam que há uma grande marina e uma mansão, que recebe, com frequência, Emílio e a família. Entretanto, por pertencer a União, a terra não pode ser alienada, apenas seu direito de uso é “vendido”.
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