Nos últimos 13 anos, o número de alunos pretos e pardos nas universidades federais do Brasil mais que triplicou, passando de 17% para 49% dos matriculados no período, conforme indicado por um levantamento divulgado pelo Centro de Estudos Sociedade, Universidade e Ciência, vinculado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com base nos dados do Censo do Ensino Superior realizado pelo Ministério da Educação.
Em 2009, as universidades federais contavam com 135.121 estudantes autodeclarados pretos e pardos, número que saltou para 515.699 em 2022.
Esse aumento na presença de pretos e pardos nas universidades federais é atribuído à Lei de Cotas, aprovada em 2012 e implementada no ano seguinte. Além disso, as vagas de amplo acesso, que não são reservadas para cotistas, também registraram crescimento nesse sentido.
De acordo com o levantamento, em 2009, 124.386 alunos pretos e pardos ingressaram nas universidades em vagas não destinadas a cotistas, representando 92% dos matriculados naquele ano.
Apesar do aumento da representação de pretos e pardos com a adoção das cotas, a maioria desse grupo ingressou nas universidades federais sem recorrer a esse mecanismo. Os dados revelam que dos 515.699 universitários que se autodeclaram pretos e pardos, 241.443 entraram por meio das cotas, o que corresponde a 46,8% do total.
foto: Marina Silva/CORREIO